Manifestante é detido após tumulto no Palácio Piratini

BM diz que prisão ocorreu após agressão contra idoso, o que os manifestantes negam

Foto: Fabiano do Amaral

O coordenador nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Luciano Schaefer, foi detido, na noite desta segunda-feira, após tumulto no Palácio Piratini. Conforme a Brigada Militar, ele teria agredido um idoso. Os colegas dele, no entanto, negam a versão da polícia e afirmam que o manifestante foi atacado com uma mordida.

A confusão teve início quando o grupo entrou no Palácio Piratini. Eles exigiam conversar com o governador Eduardo Leite, o que acabou acontecendo. O grupo reivindica moradia para 100 famílias desabrigadas na enchente que estavam no antigo prédio da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), mas foram despejadas no último domingo.

De acordo com Priscila Voigt, coordenadora do MLB, Leite teria garantido que os manifestantes poderiam deixar o Piratini sem percalços e que nova reunião sobre a pauta das moradias ocorreria na próxima segunda-feira. Porém, ainda segundo ela, um desentendimento teria começado quando o grupo saía do local.

“As famílias foram despejadas por policiais militares sem mandado judicial. Houve uso de força bruta e spray de pimenta, crianças passaram mal. Por isso que hoje entramos no Piratini, a casa do povo, para uma reunião sobre o caso, mas um homem tentou nos barrar. Temos vídeos dele peitando mulheres. Ele nos empurrou e mordeu o nosso companheiro, que ficou com a marca dos dentes em um dos dedos. Nenhum de nós cometeu qualquer agressão”, garantiu a coordenadora do MLB.

O major Demian da Rocha Riccardi Guimarães, do 9º BPM, diverge da versão dos manifestantes. De acordo com o oficial, o grupo entrou de forma abrupta no Piratini e, durante o tumulto, o líder do MLB teria desferido um soco contra um militar idoso e quebrado um dente dele.

“Um oficial que compõe a casa militar do Estado foi agredido com um soco na boca e perdeu um dente. Não estamos julgando o mérito da reivindicação dos manifestantes. Se trata de uma lesão corporal grave e, ainda mais por ser uma vítima idosa, o agressor precisa ser conduzido para a Delegacia de Polícia”, enfatizou o major.