União pagou R$ 1,1 bilhão de dívidas de estados em maio

Pagamento de débitos do RS somaram R$ 231,1 milhões no período

Foto: José Cruz / Agência Brasil

O Tesouro Nacional pagou, em maio, R$ 1,1 bilhão em dívidas atrasadas de estados. Desse total, a maior parte, R$ 775,7 milhões, é relativa a atrasos de pagamento do governo do estado do Rio de Janeiro. Em seguida, vieram o pagamento de débitos de R$ 231,1 milhões do Rio Grande do Sul e R$ 110,6 milhões de Minas Gerais. A União também cobriu, no mês passado, R$ 75,0 milhões de dívidas de Goiás. Em 2024, o governo federal ainda não pagou dívidas em atraso de municípios, e o número de estados com dívidas em atraso cobertas pelo Tesouro caiu em 2024.

Os dados estão no Relatório de Garantias Honradas pela União em Operações de Crédito, divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional. As garantias são executadas pelo governo federal quando um estado ou município fica inadimplente em alguma operação de crédito. Nesse caso, o Tesouro cobre o calote, mas retém repasses da União para o ente devedor até quitar a diferença, cobrando multa e juros.

No acumulado do ano, a União quitou R$ 4,1 bilhões de dívidas em atraso de entes subnacionais. Desse total, R$ 1,6 bilhão coube ao estado do Rio de Janeiro, R$ 1,5 bilhão a Minas Gerais, R$ 647,7 milhões ao Rio Grande do Sul e R$ 377,8 milhões a Goiás. As garantias honradas pelo Tesouro são descontadas dos repasses da União aos entes federados – como receitas dos fundos de participação e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), dentre outros. Sobre as obrigações em atraso incidem juros, mora e outros custos operacionais referentes ao período entre o vencimento da dívida e a efetiva honra dos valores pela União.

ACORDO GAÚCHO

Em junho de 2022, o Rio Grande do Sul fechou acordo com a União e teve o plano de recuperação fiscal homologado. O plano permite que o estado volte a pagar, de forma escalonada, a dívida da União, cujo pagamento estava suspenso por liminar do Supremo Tribunal Federal desde julho de 2017. Em troca, o governo gaúcho deverá executar um programa de ajuste fiscal que prevê desestatizações e reformas para reduzir os gastos locais.

Por causa das enchentes no estado, em maio, a União suspendeu o pagamento da dívida por 36 meses. Além disso, os juros que corrigem a dívida anualmente, em torno de 4% ao ano mais a inflação, serão perdoados pelo mesmo período. O estoque da dívida do estado com a União está em cerca de R$ 100 bilhões atualmente e, com a suspensão das parcelas, o estado disporá de R$ 11 bilhões a serem utilizados em ações de reconstrução.

 

(*) com Agência Brasil