Trabalhadores terceirizados do Polo Petroquímico deliberam greve por tempo indeterminado

Após deliberação de movimento paredista, terceirizados são impedidos de voltar para casa em ônibus fretado

Categoria está em campanha salarial e não há avanço nas negociações | Foto: Júlio Cesar Selistre Júnior / Sindiconstrupolo / CP

Em assembleia nesta sexta-feira, trabalhadores terceirizados do Polo Petroquímico de Triunfo, que já estavam em estado de greve, deliberaram por dar início à greve por tempo indeterminado. A categoria que está em campanha salarial, deliberou pelo movimento paredista após mais uma reunião com as empresas, sem avanço nas propostas. No entanto, mesmo após a decretação de greve em assembleia, as empresas estão impedindo que os ônibus fretados saiam do local com os trabalhadores e retornem para as cidades de origem. Ao todo, estima-se 2,5 mil trabalhadores terceirizados que aderiram ao movimento paredista.

Segundo o presidente do Sindiconstrupolo, Júlio Selistre, sindicato que representa os trabalhadores, a negociação está difícil, pois as empresas estão aproveitando o momento de calamidade para oferecer reajuste muito abaixo do que reivindicam os trabalhadores. “É desumano que depois de terem sido duramente afetados pelas enchentes, e num momento que precisam reconstruir suas vidas, os trabalhadores estejam sendo penalizados pelas empresas que se aproveitam da crise climática para rebaixar a negociação. Esta greve é para denunciar a postura das empresas e para pressionar por avanços na proposta”, esclareceu o sindicalista.

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 6,5%, acréscimo de R$ 150 no vale alimentação, R$ 100 no reajuste da cesta natalina, reajuste em todas as cláusulas econômicas restantes pelo índice de 6,5% e manutenção de todas as demais cláusulas do Acordo Coletivo vigente para o período de 2023/2024. Ainda de acordo com Selistre, é um absurdo o que as empresas estão fazendo, mantendo os trabalhadores dentro dos ônibus sem permitir a saída do transporte. “O que estamos vendo é uma brutal falta de respeito com os trabalhadores, um ataque ao legítimo direito de greve e uma incapacidade gritante de não conseguir negociar com os sindicatos. Não adianta segurar os ônibus, porque os trabalhadores estão em greve em não irão voltar ao trabalho”, finalizou o dirigente.