Semana com atenções voltadas para a decisão da taxa Selic

Entre os indicadores a serem divulgados na semana está o IGP-10

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Embora o mercado financeiro fique atento ao que será decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB), que se reúne na terça-feira, 18, e na quarta-feira, 19, a semana também concentra a divulgação de outros indicadores. Já na segunda-feira, 17, será divulgado o Boletim Focus, do Banco Central, com as expectativas dos analistas para a economia brasileira.

Também nesta segunda, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulga o IGP-10, que em maio subiu 1,08% comparado com os -0,33% de abril Com esse resultado, o índice acumulou alta de 0,34% no ano e queda de 1,27% em 12 meses. Em maio de 2023, o índice caíra 1,53% no mês e acumulava queda de 3,49% em 12 meses.

MONITOR DO PIB

A FGV também libera os dados do IPC-S da segunda semana de julho. O IPC-S da primeira leitura subiu 0,64% e acumulou alta de 4,07% nos últimos 12 meses. Na apuração, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação.

Também a FGV divulga o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) calculado pela instituição. No último número do indicador divulgado pela instituição, houve crescimento de 0,7% na atividade econômica no primeiro trimestre em comparação ao quarto de 2023. Em março, na comparação com fevereiro, o PIB mostrou crescimento de 0,4%.

Na terça-feira, 18, além do início da reunião do Copom, a FGV traz o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) e, na quarta-feira, 19, o Índice de Geral de Preços Mercado (IGP-M). A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê divulgar a Sondagem de junho no mesmo dia.

Outro indicador brasileiro relevante a ser anunciado na semana é a Receita Tributária Federal de maio, na próxima sexta-feira, 21. A pauta fiscal é a principal que movimenta o mercado financeiro brasileiro, que está sob o sentimento de aversão a risco, na contramão do exterior, devido às incertezas se o governo atual vai cumprir as regras do novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado.

DESONERAÇÃO

Após o esgotamento das proposições de aumento de arrecadação apresentadas pelo Ministério da Fazenda, simbolicamente representado pela devolução pelo Congresso da Medida Provisória que propunha mudanças no PIS/Cofins para compensar as perdas fiscais com a medida da desoneração da folha de pagamentos, a expectativa é de anúncio de medidas de corte de gastos.

“O ministro Haddad e a ministra [Simone] Tebet [do Planejamento] prometeram um pacote de medidas para conter o gasto, o que seria uma sinalização de comprometimento do governo com o arcabouço fiscal e o início de medidas de corte de despesas públicas, algo que até agora o governo preferiu não abordar sob o receio de perda de popularidade”, explica Manzoni. “Há risco de as medidas serem insuficientes, com o governo temendo alimentar o discurso da oposição, mas correndo o risco de a confiança dos investidores não melhorar”, pondera Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com.

Na política, as discussões sobre compensações das desonerações da folha de pagamento seguirão interessando os analistas. O Senado prevê retomar deliberações sobre projeto de lei que visa estender as desonerações da folha de pagamento em 2024 antes da eliminação gradual em 2025.