Teve fim a vida de luxo que dois irmãos mantinham fora do estado. Considerados pela Polícia Civil os principais foragidos da região Sul, eles movimentaram R$ 25 milhões em dez meses. A ostentação acabou quando agentes da 2ª DP de Pelotas capturaram a dupla no interior de um restaurante, no município catarinense de Tubarão, no último sábado.
A prisão decorre de um mês de investigações. O caçula, de 33 anos, morava em Santa Catarina. O mais velho, de 36, residia no Paraná e visitava o outro no momento da ação. Os dois foram detidos por policiais civis à paisana quando almoçavam com as companheiras.
O primogênito soma 50 anos de condenações, sendo procurado há três. Já o mais novo, foi condenado a quase uma década de prisão e se escondia desde janeiro. Ambos tinham fugido após romper a tornozeleira eletrônica.
Durante as buscas no local, foram encontrados celulares e documentos falsos. Houve ainda o sequestro de três veículos. Um dos automóveis, modelo Porsche, é avaliado em mais de R$ 700 mil.
O titular da 2ª DP de Pelotas, delegado César Nogueira, destaca que os fugitivos coordenavam o tráfico de drogas à distância. Os dois são apontados como liderança de uma facção com base no Vale do Sinos, mas que também tem ramificações no Sul gaúcho.
“Prendemos os dois principais líderes do grupo criminoso no Sul do RS. Eles comandavam o tráfico em Pelotas e nos municípios do entorno. Além deles, não há lideranças desse bando que tenham acumulado mais influência e dinheiro na região”, disse o titular da 2ª DP de Pelotas.
Ainda de acordo com o delegado César Nogueira, os irmãos geriam fortunas por meio da lavagem do dinheiro sujo. Ele explica que o lucro do tráfico era reinserido no mercado como se fosse lícito, ao mesmo tempo em que os criminosos pulverizavam o montante em contas bancárias distintas para evitar lastro.
