Prefeitura de Estrela e Exército desativam hospital de campanha mais de um mês após enchente

Cerimônia marcou desmonte da estrutura onde 1,6 mil pessoas foram atendidas

Prefeito de Estrela, Elmar Schneider, entrega bandeira do município ao general Anysio Luiz Crespo Alves Negrão | Foto: Pedro Piegas/CP

Foi desativado, nesta sexta-feira, o hospital de campanha em Estrela. Instalada ao lado do ginásio do Sesi, a estrutura foi peça chave no auxílio à população atingida por chuvas e enchentes que devastaram o Vale do Taquari. O fim das atividades no local foi marcado por uma cerimônia, que teve a presença de representantes do Exército Brasileiro e da prefeitura do município.

A unidade foi construída entre os dias 3 e 4 de maio, passando a operar a partir do dia 5. Mais de 1,6 mil pessoas receberam socorro gratuito, todos os dias, das 7h às 19h.

O hospital de campanha ofereceu aos pacientes salas de triagem e recepção, ambulatório, área de medicação, sala de emergência e enfermaria para 40 leitos. Além disso, mais de 50 militares da área de saúde atuaram no local, como técnicos, enfermeiros e médicos. Os atendimentos mais comuns foram para tratar desidratação, hipotermia, doenças respiratórias, gripe, sinusite, leptospirose e dengue.

O comandante da 3ª Região Militar, general Anysio Luiz Crespo Alves Negrão, destacou a agilidade das tropas no auxílio aos moradores de Estrela. Na visão dele, o desmonte da estrutura é indicativa de recuperação da cidade.

“A saída do hospital é uma boa notícia, porque significa que Estrela está bem. É a prova que uma tragédia desta magnitude traz a fragilidade humana, mas também gera fortaleza. O socorro de Deus vem através das pessoas, e acho que ele operou por nós. Agimos com rapidez, convocamos equipes de todos os cantos do Brasil para atuar e agora o município se recupera”, disse o comandante da 3ª Região Militar.

Durante a solenidade, o prefeito Elmar Schneider presenteou o general Negrão com a bandeira que contém o brasão da Estrela. O gestor prestou agradecimento ao Exército e destacou que, apesar do rastro de devastação deixado pelo Rio Taquari, não houve mortes no município.

“O mês de maio era quando celebraríamos o bicentenário da colonização alemã, mas acabou sendo o momento mais difícil na história de Estrela. Apesar disso, graças a Deus não registramos nenhum óbito. Foi nesse momento de tanta dificuldade que encontramos a mão amiga do Exercício Brasileiro, por isso sempre serei grato”, afirmou o chefe do Executivo Municipal.

Ainda de acordo com o prefeito, mais de 100 casas estão sendo construídas para realocar moradores de áreas que foram inundadas. A ideia é manter pontos em regiões atingidas pela água, como no Bairro das Industrias e na Vila Tereza, como áreas desabitadas.

“Infelizmente há locais em que as pessoas não podem mais residir. Vamos transformar os pontos devastados na enchente em áreas verdes, com placas e memoriais para não esquecermos o que ocorreu”, destacou o prefeito.

A cidade de Estrela ainda conta com 327 desabrigados. São 146 pessoas que seguem alojadas no Ginásio Cristo Rei, além de 86 em um abrigo no bairro Nova União e, também na localidade, outras 95 no Ginasio Ito Joao Snel. No auge do dilúvio, mais de 2 mil moradores foram obrigados a sair de casa.

“Fomos treinados e sempre estamos prontos para a batalha. Por isso encaramos a enchente como uma situação de guerra. Ir para Estrela e ajudar a população foi fundamental. Apesar de não dispormos de equipamentos ideais para ajuda humanitária, nossas tropas têm boa vontade e disposição de sobra para auxiliar as pessoas”, concluiu o chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul, general Marcelo Zucco.