O Mercado Público de Porto Alegre reabriu, nesta sexta-feira, após ficar fechado por 41 dias em razão da enchente que atingiu a cidade em maio. A retomada ainda acontece parcialmente. Estão abertos restaurantes no segundo andar a algumas lojas que têm acesso pela calçada. comércios que dão acesso para a rua.
Um desses restaurantes que voltou a funcionar é de Claudemir Adam, que já havia passado por outras situações atípicas no mercado e se mantém de pé.
“É uma coisa tão grandiosa que eu não sei como explicar, mas eu faço questão de dizer que a gente está muito feliz por retomar nossas atividades aqui no mercado público, onde é o nosso dia a dia e onde gente vive e mora. É um processo doido, mas a gente já está acostumado e calejado, porque primeiro a gente teve um incêndio, depois a pandemia e agora o processo da cheia. Eu fiquei muito triste, muito triste, preocupado com toda a equipe, não desemparei ninguém, todo mundo ficou recebendo de casa”, disse Adam.
Já Rafael Corte, que comanda uma lancheria no segundo andar, iniciou o negócio em novembro do ano passado. Ele também vê esta retomada pelo lado positivo, apesar dos prejuízos deixados pela catástrofe.
“Foi bem complicado, não podíamos entrar aqui por causa do alagamento, a gente ficou muito ansioso. Como aqui é no segundo andar, não chegou a ter alagamento, não entrou água, mas tive perda de todos os insumos e de um balcão refrigerado que deixou de funcionar pelo tempo parado”, comentou Corte.
Os espaços de alimentação de Adam e Corte fazem parte das 15 lojas que foram reabertas hoje, do total de 104 existentes no mercado. Na próxima terça-feira, mais lojas, agora da parte interna, estarão autorizadas a voltar a funcionar.
Entre elas está a cafeteria de Leomar da Silva, que na verdade deve voltar um pouco antes, na segunda-feira. Enquanto aguarda o retorno, ele está ajudando os outros comerciantes como pode.
“Vamos reabrir e voltar às atividades no início da semana, decidimos isso para ser mais tranquilo para os funcionários e para poder dar apoio para a galera que está trabalhando aqui no mercado público, oferecendo café nesta semana. Foi muito angustiante, ver a água tantos dias ali, sem poder entrar para arrumar, mas agora estamos todos unidos e nos ajudando para voltar mais fortes”, ressaltou Leomar.
Para colocar o local para funcionar com 100% dos atendimentos, a Prefeitura estima que vai entre custar R$ 5 milhões e R$ 7 milhões. Segundo o secretário de Administração e Patrimônio, André Barbosa, esse valor é oriundo do Fundo do Patrimônio. Além disso, ele ainda elogiou a persistência dos comerciantes.
“Então, o prejuízo foi importante, mas graças ao Fundo do Patrimônio, é que a gente vai poder fazer estas obras. Mas é um motivo hoje de alegria e de comemoração, e deve servir de inspiração essa resiliência dos ‘mercadeiros’ em retomar suas atividade depois de serem atingidos fortemente e terem um prejuízo, que foi estimado em 30 milhões entre perdas e tempo sem venda”, afirmou Barbosa.
Conforme o secretário, a expectativa é de que até a metade de Julho, o Mercado volte a funcionar integralmente. A Vigilância Sanitária também esteve presente nos locais que estão funcionando para vistoriar os pontos de alimentação, principalmente restaurantes, com ações de orientação e de saúde do consumidor.