Cinco dos 15 locais investigados pela Pesquisa Indústria Mensal (PIM) Regional apresentaram queda na passagem de março para abril, quando a produção industrial nacional caiu 0,5%. Os maiores recuos foram no Pará (-11,2%) e na Bahia (-5,4%). Na outra ponta, destaque para o crescimento de 12,8% do Paraná e de 12,2% em Pernambuco. O Rio Grande do Sul se manteve praticamente estável, com alta de 0,2%, vindo de um desempenho também positivo em março de 0,1%. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
“É importante ressaltar que o comportamento nacional em abril, de recuo, foi concentrado em atividades com maior peso, mas com um espalhamento das demais atividades no campo positivo, demonstrando sete atividades em queda e 18 em crescimento. Da mesma forma, na pesquisa regional, observamos apenas cinco locais com comportamento negativo nesse mês”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. O pesquisador também ressalta que as amostras de cada local, inclusive da pesquisa nacional, são independentes.
“O ajuste sazonal é aplicado a cada série de forma individual, o que faz com que elas percam o fator aditividade, isto é, percam a propriedade de que o somatório delas seja igual ao todo. Por essa razão, a soma dos resultados regionais não se iguala ao nacional, elucida.
MAIOR QUEDA
A principal influência e maior queda percentual foi da indústria do Pará, que registrou o recuo mais intenso desde maio de 2022 (-18,1%), pressionado pelo resultado do setor extrativo. “Trata-se de um local com maior concentração industrial no setor extrativo”, ressalta Bernardo. A taxa negativa de abril eliminou o crescimento da indústria paraense de 4,7% em março.
A queda na indústria baiana foi a segunda em influência e em percentual. O recuo vem após três meses com taxas positivas, quando acumulou um crescimento de 4,0%. O comportamento nos setores de derivados do petróleo e produtos químicos ajuda a explicar a queda.
Outra queda mais intensa que a média nacional foi em Goiás (-0,9%). Minas Gerais (-0,5%) e Região Nordeste (-0,1%) completaram o conjunto de locais com taxa negativa em abril de 2024.
Pelo lado das altas, Paraná (12,8%) volta a crescer após acumular perda de 12,6% nos meses de março e fevereiro. O estado do Sul foi a principal influência positiva e registrou a maior alta percentual, graças ao desempenho do setor de derivados do petróleo e da indústria de alimentos, além dos setores veículos. “A alta é a mais intensa desde setembro de 2020, quando cresceu 13,5% em um momento de recuperação da indústria após os primeiros meses da pandemia de Covid-19, com afrouxamento do isolamento e do distanciamento social”, relembra o pesquisador.
DESTAQUE
Outro destaque positivo foi Pernambuco. O estado nordestino, com a alta de 12,2%, marcou a segunda maior alta percentual e a terceira maior influência, eliminando a queda de 3,5% registrada em março. “O resultado foi influenciado pelos setores de veículos automotores e derivados do petróleo”, destaca o analista da PIM Regional.
Maior parque industrial do país, São Paulo foi o segundo local em influência positiva, com alta de 1,9%. A indústria paulista volta a crescer após dois meses de resultado negativo, quando acumulou variação de -0,4%. A taxa de abril foi influenciada pelo desempenho do setor de alimentos, além das indústrias de derivados do petróleo e de veículos. Com esse resultado, São Paulo fica 1,8% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).
Os demais resultados positivos de abril foram alcançados por Mato Grosso (4,4%), Amazonas (4,2%), Ceará (3,9%), Espírito Santo (2,7%), São Paulo (1,9%), Santa Catarina (0,4%), Rio Grande do Sul (0,2%) e Rio de Janeiro (0,1%).