De acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), o faturamento das pequenas e médias empresas do Rio Grande do Sul apresentou retração de 10% em maio, em comparação com a média do primeiro quadrimestre deste ano.
Figura 1: Desempenho econômico das PMEs gaúchas
(IODE-PMEs – base: média jan-abr/24=100)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 678 atividades econômicas. Para avaliar os impactos das enchentes nos negócios gaúchos, o índice avaliou exclusivamente os fluxos financeiros dos setores de Comércio, Indústria e Serviços.
A análise dos dados do índice no Rio Grande do Sul revela que as inundações produziram efeitos mais significativos sobre as PMEs do comércio, que registraram queda de 25% no faturamento no período. O desempenho das PMEs industriais também recuou de modo expressivo e apresentou -19% em maio.
Figura 2: Quedas foram mais intensas nos setores de Comércio e Indústria
(IODE-PMEs – base: média jan-abr/24=100)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
Já as PMEs gaúchas de serviço foram as menos atingidas, -3%. Neste segmento, conforme avalia Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, o setor de tecnologia (empresas de ‘Informação e Comunicação’) ajudou a amenizar a queda geral. Áreas como ‘Alojamento e alimentação’ e ‘Artes, cultura, esporte e recreação’, no entanto, superaram a média vista no comércio, resultando em perdas entre 30% e 50% no período.
“A queda constatada no Estado vai na direção contrária do mercado das PMEs no Brasil, que têm apresentado um crescimento constante e abrangente em diversos setores do país ao longo do ano. De janeiro até maio de 2024, o IODE-PMEs mostra expansão de 13,5% na comparação com igual período do ano anterior. Já, especificamente na região gaúcha, no acumulado do ano até abril (antes das enchentes), o índice também indicava que o mercado local de PMEs seguia trajetória de expansão (+6% YoY)”, ressalta Beraldi.
O Rio Grande do Sul é a quinta maior economia do país e responde por 6% do PIB nacional com, aproximadamente, 1,5 milhão de empresas ativas, das quais cerca de 80% estão em municípios consideravelmente afetados pelas enchentes. Além de contribuir para metrificar os efeitos das enchentes sobre a economia gaúcha no último mês, o IODE-PMEs permitirá avaliar o ritmo de recuperação das atividades das pequenas e médias empresas do Estado em curto prazo.