Produtos e serviços para o Dia dos Namorados têm alta de 1,16% em 12 meses

Índice é quase metade da inflação apurada no mesmo período, que foi de 3,28%, diz FGV Ibre

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Os preços dos produtos e serviços mais procurados para o Dia dos Namorados apresentaram uma elevação média de 1,16% em 12 meses. A conclusão é de um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), com base em 25 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S). Esse índice representa quase metade da inflação geral apurada no mesmo período, que foi de 3,28%.

A pesquisa também mostrou que a inflação dos serviços subiu 4,14%, sendo a alta puxada pela academia de ginástica, cujo preço avançou 5,18%. Outros itens da cesta de serviços que mais sofreram aumento foram: cinema (4,68%), hotel/motel (4,52%) e salão de beleza (4,46%). Todos os serviços analisados registraram alta de preços nos últimos 12 meses, evidenciando a persistente pressão inflacionária no setor.

O economista do FGV IBRE Matheus Dias avalia que a inflação no setor de serviços está tipicamente mais associada ao grau de rigidez dos custos do setor e à dinâmica da atividade econômica. “Em 2023, o rendimento médio real teve um aumento de 7,5%. No mesmo ano, o PIB apresentou um crescimento de 2,9%. Em conjunto, esses fatores explicam o processo de pressão nos preços de serviços de lazer, hospedagem e cuidados pessoais”, diz.

MAIS PROCURADOS

Pelo lado dos produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta teve uma queda média de -1,31%. As maiores reduções vieram principalmente dos cosméticos: sabonete (-7,25%), xampu, condicionador e creme (-2,59%), perfume (-2,02%); produtos eletrônicos também foram destaque na redução dos preços com celulares (-4,38%), computadores e periféricos (-4,06%). Apesar das quedas os produtos desejados para presente também apresentaram altas: livros (4,86%), relógio (4,16%), produtos para barba (4,15%) e cintos e bolsas (2,11%) registraram as altas mais expressivas dentre 19 produtos selecionados.

O economista destaca que os setores de bens duráveis e semiduráveis apresentam desaceleração desde o início de 2023. A principal causa é o ciclo de aperto monetário implementado pelo Banco Central do Brasil, com a taxa Selic atingindo 13,75% entre agosto de 2022 e julho de 2023. “O aumento da taxa Selic, combinado com a alta da inflação, leva o consumidor a ser mais cauteloso em suas compras. Prioriza-se itens essenciais, enquanto a aquisição de itens como celulares e computadores é adiada”, comenta Dias.