Deslizamentos de terra ameaçam cerca de 250 pessoas que moram na rua 1º de Junho, no bairro Passo das Pedras, na zona Norte de Porto Alegre. Eles afirmam que a encosta de um terreno que faz divisa com as residências ameaça desmoronar. A situação se estende há mais de um ano e não há previsão de encaminhamento.
Pontos do barranco já desabaram no início de maio, por causa das chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul. A parte traseira da construção de três casas foi completamente destruída. Na ocasião, terra arrastou paredes, cômodos e mobílias.
As moradias ainda não foram reformadas e permanecem em pedaços desde então. Por sorte ou acaso, ninguém morreu.
A propriedade onde a encosta está localizada pertence à rede de mercados Fort Atacadista. Antes disso, o terreno era da Nortran Transportes Coletivos, que aterrou o solo.
Conforme a técnica de enfermagem e líder comunitária Lilian Pereira, de 55 anos, os atuais proprietários da área se esquivam de oferecer saídas ao impasse. Ela sugere que representantes da empresa e moradores se reúnam para definir soluções em conjunto, mas ainda não há indicativo que o encontro entre as partes irá ocorrer.
“Pedi a eles que ao menos aparassem a grama na encosta, para podermos monitorar as rachaduras no solo. Também nos foi dito que um muro de contenção seria construído no barranco, mas isso não aconteceu. O máximo que fizeram foi colocar uma lona por cima da terra que deslizou. Vivemos com medo e não conseguimos mais dormir direito. A todo o momento existe o receio do barranco desmoronar”, lamentou a moradora.
Ainda de acordo com Lilian Pereira, a Defesa Civil esteve no local. A recomendação é que os moradores permaneçam em alerta e deixem a região caso houver qualquer sinal de deslizamento no solo. O problema é que a maior parte deles não tem para onde ir.
Em nota, o Fort Atacadista destacou que tem conhecimento da situação e está tomando providências para a manutenção do terreno.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) de Porto Alegre. Até o momento, não houve resposta. O espaço permanece aberto.