IPCA de maio coloca pressão sobre próxima reunião do Copom, dizem analistas

Na última reunião do Copom foi anunciada uma redução da Selic para 10,50%

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O resultado do IPCA de maio divulgado nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) podem oferecer outros problemas, além da inflação. Conforme Alex Andrade, Sócio da Swiss Capital Invest, diversos financiamentos imobiliários estão sendo corrigidos pelo IPCA, impactando a parcela de quem já está financiando um imóvel ou um lote e prejudica também as vendas dos novos empreendimentos. “Além disso, fica cada vez mais claro que o Banco Central deverá encerrar o corte de juros, o que também é ruim para o mercado imobiliário. Vale ressalta que, mesmo com estes fatores adversos, os imóveis na planta tendem a se valorizar acima do IPCA”, diz.

Analistas destacam que transporte e gasolina deixam um evento de cauda que costumam gerar um aumento nas próximas projeções, além de gerar uma expectativa sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que acontece nos dias 18 e 19 de junho. “Com certeza joga um balde de água fria na expectativa na redução da Selic de 10,5% para 10,25%. Também tira a expectativa dos investidores de engrenar uma oportunidade na bolsa, que vem caindo em 2024. Com certeza também deve deixar a bolsa desafiadora e trazer o investidor para os investimentos de renda fixa, como os fundos de crédito e FIDICs. Vale ressaltar que, a subida forte do dólar, também pressionará a inflação nos próximos meses”, diz Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

“O resultado do IPCA, acima do esperado, preocupa, principalmente pela a alta dos alimentos. Ainda teremos nos próximos meses o efeito real da catástrofe do Rio Grande do Sul e um provável aumento dos combustíveis, que deve pressionar ainda mais a inflação. Conforme aponta o IEPS, Copom não deve cortar a Selic na próxima reunião”, comenta Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.