Tradicional lancheria da zona norte de Porto Alegre reabre após mais de um mês fechada

Apesar de ter perdido tudo na enchente, proprietário preserva a esperança

Júlio Paris está confiante para a fase de retomada e superação após a enchente Foto: Jéssica Kasper/ Rádio Guaíba

O famoso xis com cobertura de queijo da zona norte de Porto Alegre não vai abandonar seus fiéis clientes. Atingido pela enchente, o estabelecimento, localizado na avenida Cairú há 24 anos, ficou por mais de um mês com as portas fechadas e retomou as atividades nesta segunda-feira (10). Somente com os alimentos que estavam armazenados, o prejuízo ultrapassou os R$150 mil. Júlio Paris, proprietário e ícone do local, disse que jamais imaginou passar por uma tragédia desse tipo, mas, ainda assim, preserva a esperança.

“Vamos seguir em frente. O que aconteceu foi cenário de guerra, mas felizmente estamos de cabeça erguida. Às vezes a gente desanima, mas com fé tudo se ajeita”.

Para poder reabrir, funcionários ajudaram na limpeza do estabelecimento. Em 2000, Júlio  concretizou a ideia de produzir um lanche especial, que só ele possuía na cidade. Cansado de trabalhar em outro ramo de alimentação, decidiu abrir o próprio negócio. Júlio destaca que no início o espaço era reduzido, mas que aos poucos foi conquistando o coração de todos. 

“Estava montando um lanche para mim quando um cliente viu que o pão estava coberto por queijo e pediu um igual. Assim foi indo e estamos aí até hoje.”

Com diversas opções, o xis do Júlio Paris é sucesso garantido. Hoje, a lancheria também oferece burger, bauru, cachorro-quente e torrada, tudo coberto com muito queijo muçarela derretido.

“Já ouvimos relatos de gaúchos que levam xis na mala para outros estados, principalmente quem vem a trabalho e come pela primeira vez aqui”.

Agora, a expectativa é de que aos poucos o estabelecimento volte a receber o público que frequentava o local. Com a dificuldade de retomada dos negócios na região, alguns estabelecimentos acabaram não conseguindo reabrir as portas e desistiram em meio ao rastro de destruição deixado pela enchente.