Lula se reúne com reitores de universidades e institutos; servidores pressionam em greve

Presidente avalia eventual aumento do orçamento das instituições educacionais do país e aceleração de obras via PAC

Foto: Ricardo Stuckert/CP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne, nesta segunda-feira (10), com reitores de universidades e institutos federais. Os servidores públicos pressionam o governo federal em greve que já ultrapassa mais de 50 dias e, entre as reivindicações, estão aumento salarial e mudanças na progressão de carreira. Uma das opções avaliadas pela gestão petista é de aumento no orçamento das instituições educacionais, além de obras via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

A reunião está prevista para ocorrer às 9h, no Palácio do Planalto, em Brasília. O encontro estava previsto inicialmente para ocorrer no último dia 5, mas foi cancelado em função da viagem de Lula para o Rio Grande do Sul, devastado por chuvas e enchentes desde o fim de abril. Tratou-se da quarta viagem do presidente ao estado, onde anunciou medidas voltadas para os trabalhadores. Em relação aos reitores, é a segunda reunião, sendo a primeira realizada em 2023.

Agora, Lula vai se discutir pessoalmente a greve e a situação das instituições educacionais com os reitores. A reunião vai contar também com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação). Atualmente, cerca de 62 universidades federais estão em greve em todo o país.

A associação argumenta ser necessário o acréscimo de, no mínimo, R$ 2,5 bilhões para o funcionamento básico das universidades federais. “Esses recursos são imprescindíveis para custear, entre outras despesas, água, luz, limpeza e vigilância, e para garantir bolsas e auxílios aos estudantes”, alertam os reitores e reitoras em nota.

Os recursos seriam divididos, sendo R$ 574 milhões em 2024, R$ 827 milhões em 2025 e R$ 747 milhões a mais em 2026. Os profissionais relembram, também, que neste ano, categorias como do Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal garantiram aumento de salário.

Os docentes reivindicam reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026. Também estão na pauta nacional unificada a revogação de uma portaria do Ministério da Educação que estabelece aumento da carga horária mínima de aulas e o controle de frequência por meio do ponto eletrônico para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

A associação afirma que as atitudes do governo representam as escolhas pessoais. “O orçamento é fruto da disputa política, mas também reflete as prioridades do governo e de sua base aliada no Congresso Nacional. Embora afirme que a educação é um setor estratégico para a sociedade, a área não é valorizada como tal nem pelo Executivo, nem pelo Legislativo”, afirma.

Conflito

Há, ainda, um conflito entre os sindicatos da categoria, inclusive com troca de farpas entre os dirigentes durante as reuniões sobre o tema. O governo fechou a negociação salarial com uma associação, no entanto, o outro grupo acionou a Justiça para tentar cancelar o documento. Integrantes da gestão federal devem se reunir com os técnicos-administrativos na próxima terça-feira (11) para tentar resolver o problema.