O setor calçadista apresentou uma queda de quase 5% no volume de vagas de trabalho abertas nos quatro primeiros meses do ano, comparado com igual período dr 2023. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) nesta segunda-feira, 10, apontando que o setor gerou no quadrimestre, 7,7 mil postos de trabalho. No recorte de abril, foram criadas 1,13 mil vagas.
Com o resultado, o setor encerrou os quatro primeiros meses empregando, diretamente, 288,28 mil pessoas, 4,9% menos do que o registro de abril de 2023. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que existe uma retomada em curso, principalmente em função da melhora das vendas no mercado doméstico.
“Devemos encerrar o ano com crescimento entre 2,2% e 3,8% no consumo interno de calçados. Com isso, a atividade deve registrar incremento produtivo entre 0,9% e 2,2% em 2024. Tivemos bons resultados na feira BFSHOW, no final de maio, e estamos otimistas para as vendas na segunda parte do ano”, ressalta.
Segundo ele, embora não tenha sido com a taxação esperada pelo setor, a retomada do imposto de importação para remessas de até US$ 50 do e-commerce internacional, em 20%, deve ajudar na produção nacional, refletindo também no nível de emprego. “Também temos a manutenção da desoneração da folha de pagamentos para 2024, o que foi uma conquista importante”, acrescenta o executivo.
ESTADOS
Conforme os dados tabulados, o maior empregador do setor calçadista no Brasil seguiu sendo o Rio Grande do Sul, que absorve cerca de um terço da mão de obra da atividade no País. Nos primeiros quatro meses do ano, a indústria de calçados gaúcha gerou mais de 3 mil novos postos, encerrando o período com 87,3 mil empregos diretos na atividade, 3,5% menos do que no mesmo intervalo do ano passado.
Embora os resultados sejam positivos, Ferreira alerta que o mês de maio foi de “instabilidade” para a indústria gaúcha, que responde por 24% da produção nacional do setor. Durante todo o mês, o setor foi atingido pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul. Segundo o dirigente, para mitigar o problema, a entidade está solicitando para que sejam liberados o quanto antes os créditos para as empresas atingidas, visando honrar seus compromissos com folha de pagamentos e fornecedores.