Cai percentual da classe média sem condições de pagar dívidas

Classe mais alta, com renda acima de 10 salários mínimos, foi a única com redução de suas dívidas

A partir de 1º de dezembro, o empregado com carteira assinada começará a receber a segunda parcela -Imagem: Agência Brasil / CP

Ao analisar os dados desagregados por renda, pode-se perceber que a maior parte da população aumentou o seu endividamento, tanto em relação ao mês anterior quanto a 2023. A classe mais alta, com renda acima de 10 salários mínimos, foi a única com redução de suas dívidas (queda de 0,3 ponto percentual no mês e 3,6 ponto percentual no ano, atingindo 71,4% em maio). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 10, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

“Esses consumidores possuem mais recursos e, portanto, são menos vulneráveis às variações do crédito”, avalia Felipe Tavares, economista-chefe da CNC. Situação similar é observada em relação ao percentual com dívidas em atraso. No mês, houve redução de 0,2 ponto percentual na inadimplência das famílias mais ricas, com a taxa chegando a 14,4%. Na outra ponta, 35,9% da população de renda mais baixa está inadimplente, 0,1 ponto percentual a mais que em abril. Já para a classe média, que recebe de 3 a 5 salários mínimos e entre 5 e 10 salários, o destaque são as reduções de 0,8 ponto percentual e 0,6 ponto percentual na quantidade de consumidores que não terão condições de pagar as dívidas em atraso (maio encerrou com 9,6% e 7,9%, respectivamente).

A faixa de baixa renda, por menos opções de recursos, apresenta maior necessidade de recorrer ao crédito, assim como maior dificuldade de amortizar essas dívidas. Deve-se estar atento pelo fato de esse grupo ter aumentado seu endividamento em maio, mesmo tendo piora nos seus indicadores de inadimplência.