Bares e restaurantes gaúchos projetam faturar mais no Dia dos Namorados

Levantamento da Abrasel revela que quase metade das empresas no RS espera vender mais na data

Foto: Abrasel-RS

Ainda enfrentando os reflexos da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, o setor de Alimentação Fora do Lar conta com datas especiais para recuperar os prejuízos. A pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que 46% dos estabelecimentos gaúchos têm expectativa de faturar mais no Dia dos Namorados desse ano. Sendo uma data fundamental para a Gastronomia, 4 em cada 10 empresas acreditam no aumento de até 30% na comparação com o mesmo período do ano passado.

“Apesar da situação que o estado inteiro enfrenta, seguimos com expectativa boa para o Dia dos Namorados. É uma das melhores datas do ano, dependendo do perfil do restaurante, é melhor para quem trabalha com à la carte ou tem movimento forte à noite. Mesmo que as reservas não estejam como deveriam, a gente acredita que vai ser um dia bom, não tão bom quanto os outros anos”, explica Maria Fernanda Tartoni, conselheira da Abrasel

O levantamento também revela que, em abril, 53% das empresas registraram prejuízo. Apenas 17% conseguiram lucro, enquanto 83% não ganharam dinheiro após o mês todo de trabalho. O dado preocupa por apontar o cenário que já estava difícil antes de maio, e deve piorar, tendo em vista que muitos estabelecimentos não abriram nem um dia e alguns seguem sem previsão de retomada.

“Infelizmente, a projeção do mês de maio é ruim, muitos tiveram faturamento zero”, contextualiza Maria Fernanda. “Quem consegue abrir as portas, fez alterações na operação por conta da escassez de insumos, outros não tinham equipe completa para abrir e funcionaram parcialmente. A previsão é que maio será pior que abril, com algumas exceções. A maioria teve problemas no resultado e com custos maiores”, diz.

Outro índice que preocupa é sobre o endividamento no setor que atinge mais da metade das empresas. Os dados apontam que as principais dívidas são de impostos federais (84%), estaduais (58%), empréstimos bancários (58%), aluguel atrasado (44%) e fornecedores de insumos (36%). Maria Fernanda supõe que os números devem ficar piores nos próximos meses, com empresários buscando dinheiro, não por motivo de crescimento, mas com foco em pagar contas e reconstruir negócios.