O PIX, sistema em tempo real, concentrou 39% das transações financeiras em 2023, enquanto as operações com cartões (crédito, débito e pré-pago) tiveram uma participação de 41% no volume de transações no último ano. As informações foram divulgadas pelo Banco Central nesta terça-feira, 4, por meio das Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil.
Em 2023, as transações de pagamento (excluídas aquelas em espécie) continuaram apresentando uma forte evolução, tanto em termos de quantidade de transações quanto de volume financeiro, atingindo a totalidade de 108,7 bilhões de transações, correspondendo a 624 transações per capita, e montante financeiro de RS 99,7 trilhões, equivalente a cerca de 9,1 vezes o PIB, o que representou um crescimento de 31% na quantidade de transações e de 9% no volume transacionado, em relação a 2022.
O crescimento da quantidade total de transações (excluídas aquelas em espécie) observado em 2023, em comparação ao ano anterior, se deu, principalmente, pelo uso intenso do Pix pela sociedade – crescimento de 75%. Houve, ainda, expansão do mercado de cartões, que manteve crescimento nas modalidades de crédito (12%), débito (5%), e pré-pago (36%). Foi observado, também, crescimento na quantidade de transações relativas ao uso do débito direto, das transferências intrabancárias e do boleto; e redução na utilização do cheque e das transferências interbancárias.
Em relação à quantidade de transações por tipo de instrumento (excluídas aquelas em espécie), destacamos o crescimento do Pix, que atingiu o patamar de 39% destas transações em 2023, ficando atrás apenas das transações com cartões (crédito, débito e pré-pago), cuja participação foi de 41%. As transações de boleto também tiveram sua participação reduzida de 7% para 5% em comparação com 2022.
INSTRUMENTOS
A TED foi o instrumento de pagamento que apresentou o maior valor médio por transação, R$ 45.625, seguido da transferência intrabancária, com R$ 17.949. O Pix teve valor médio de R$ 409 e o mercado de cartões de R$80.
No mercado de cartões, destaque para o crescimento do pré-pago no ano de 2023, respondendo por 23% da quantidade total de transações com cartões (representavam 19% em 2022) e apresentando um ticket médio de R$26, valor inferior aos dos cartões de crédito e débito, em torno de R$128 e R$61, respectivamente. As transações parceladas sem juros representaram, em 2023, cerca de 13% da quantidade total de transações com cartão crédito, correspondendo, entretanto, a cerca de 48% do valor total transacionado com o instrumento. Não se observa, ao longo do tempo, mudança significativa no uso do parcelamento com cartão de crédito.
O percentual de transações com cartões de crédito realizadas pela forma de captura por aproximação (contactless) representaram 32,3% na quantidade transacionada no último trimestre de 2023, ante 22,5% atingido no mesmo período de 2022. Na função débito, observou-se crescimento similar, com as transações contactless respondendo por 38% das transações realizadas nessa modalidade no último trimestre de 2023, ante 24,5% no mesmo período do ano anterior.
Em 2023, as operações de saques em espécie apresentaram redução de cerca de 27% na quantidade de transações e de 5% no volume de recursos sacados em comparação com o ano anterior. Quando comparado com o ano de 2019, momento anterior à pandemia de covid-19 e à introdução do Pix, a queda na quantidade de saques em espécie foi de 36%; e, no volume de recursos, de 27%.