O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, foi ouvido nesta segunda-feira pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. O depoimento durou três horas e meia.
Segundo a defesa, ele respondeu todas as perguntas sobre o atentado que matou a vereadora e se colocou à disposição para prestar um novo depoimento sobre sua atividade empresarial. O inquérito sobre o assassinato de Marielle levou a PF a pedir uma nova investigação sobre o delegado, por suspeita de lavagem de dinheiro, mas ele falou apenas sobre o atentado.
À PF, Rivaldo Barbosa negou ter vínculos com o deputado Chiquinho Brazão, e o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, denunciados como mandantes do crime. Também declarou que nunca teve contato com o atirador Ronnie Lessa, delator do crime, que o implicou no plano de atentado.
O delegado alegou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigou o assassinato de Marielle Franco e destacou que, em 2019, após a denúncia contra os executores, um novo inquérito foi aberto para dar sequência às apurações sobre a autoria intelectual e a motivação do crime.
Rivaldo usou a investigação para reforçar a versão de que houve um trabalho efetivo para chegar aos mandantes do assassinato de Marielle Franco – e que o nome de Domingos Brazão já havia surgido no inquérito. As suspeitas sobre o conselheiro levaram ao deslocamento do caso para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF, no entanto, afirma que o delegado usou o cargo para tentar obstruir as apurações.
A defesa avalia apresentar um novo pedido de liberdade. Um recurso contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que manteve a prisão preventiva de Rivaldo, está na fila para julgamento.