Analistas avaliam impacto com o desempenho do PIB do trimestre

Especialistas destacam o forte desempenho do agronegócio

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No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do país teve alta de 0,8% frente ao último trimestre de 2023, na série com ajuste sazonal. O setor de Serviços puxou essa variação positiva, com alta de 1,4%, principalmente devido às contribuições do Comércio (3,0%), de Informação e Comunicação (2,1%) e de Outras atividades de serviços (1,6%). A Agropecuária cresceu 11,3% e a indústria registrou uma pequena variação negativa (-0,1%), que é considerada estabilidade. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 4. “O resultado do PIB vem em linha com as expectativas do mercado, o que é positivo e, mais uma vez, demonstra de forma clara, que a economia está aquecida e, com isso, o mercado de trabalho segue na mesma linha”, Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

Para Volnei Eyng, CEO da Multiplike, o indicador veio levemente acima do esperado, número muito positivo, que demonstra o efeito e resultado da diminuição da taxa Selic no segundo semestre. “Lembrando que, no último trimestre de 2023, nós tivemos uma estagnação. Esse número positivo do PIB deixa algumas marcas: a primeira marca que precisamos gravar é que, o crescimento do agro que veio forte, mas precisamos lembrar que o agro sempre vem forte no primeiro trimestre. O setor de serviços, mais uma vez, veio acima do esperado. Este é um setor que tem um impacto de quase 70% no nosso PIB. Isso demonstra que a economia está levemente aquecida, devendo fechar o ano com um PIB acima de 2%, mas a inflação não deve ser impactada”, diz.

Para Fábio Murad, Sócio da Ipê Avaliações, o crescimento é uma indicação positiva de que a economia brasileira está se recuperando, impulsionada principalmente pelo setor de serviços e pelo aumento do consumo das famílias. “É importante notar que o PIB brasileiro também está previsto para subir uma posição no ranking global este ano, chegando à oitava posição, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso demonstra que a economia brasileira está crescendo em comparação com outras economias mundiais, o que é positivo para a imagem do país no cenário global. No entanto, é importante acompanhar como esses dados irão se desdobrar nos próximos trimestres, especialmente em meio à instabilidade econômica global e à volatilidade dos mercados”,diz Murad.

“A continuidade do crescimento do consumo das famílias e a melhoria do mercado de trabalho contribuíram significativamente para esse resultado. No entanto, apesar do avanço, a taxa de investimento e de poupança ainda se mostram desafiadoras. A estabilidade nos dados de exportações e o crescimento das importações também destacam um cenário de recuperação gradual. Para os próximos meses, espera-se que a trajetória de crescimento se mantenha, embora os desafios fiscais e as incertezas globais continuem a exigir cautela dos investidores”, André Colares, CEO da Smart House Investments.