Consumo de eletricidade registra o segundo maior valor da série histórica, diz EPE

Segmento residencial foi o maior entre os avaliados

Foto: Agência Brasil/Reprodução

O consumo nacional de energia elétrica foi de 47.338 GWh em abril de 2024, alta de 5,5% comparado a abril de 2023. Este foi o segundo maior consumo mensal de toda a série histórica desde 2004. A classe residencial liderou com taxa de expansão de 9,1%. Comércio e indústria também cresceram. Os dados foram divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para quem, o consumo acumulado nos últimos 12 meses foi de 543.954 GWh, alta de 6,0% na comparação com igual período anterior.

A indústria consumiu 16.364 GWh de energia elétrica em abril, o maior valor de toda a série histórica desde 2004, avanço de 3,3% na comparação com abril de 2023. A alta foi disseminada por quase todas as regiões do país, com Centro-Oeste (+5,5%), Sudeste (+5,1%), Sul (+2,7%) e Nordeste (+0,9%) elevando seus consumos. Já na região Norte (-2,8%), a parada programada de manutenção em grandes unidades do setor de mineração impactou o consumo.

Em abril, 27 dos 37 setores monitorados da indústria consumiram mais, na comparação interanual. O consumo nos setores eletrointensivos cresceu 2,8% na média, enquanto nos demais setores da indústria, 5,1%. Entre os dez setores mais eletrointensivos, oito elevaram o consumo, porém apenas três deles acima da média da indústria.

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

Destaque para fabricação de produtos alimentícios (+146 GWh; +6,9%), beneficiada pela alta no consumo das famílias e exportações de carne bovina e açúcar, bem como a metalurgia (+138 GWh; +3,5%), influenciada pela baixa base de comparação de 2023, pela queda no consumo de eletricidade em uma grande unidade de alumínio do país em abril daquele ano.

O consumo de eletricidade para fabricação de produtos de metal (+33 GWh; +8,9%) também expandiu acima da média da indústria em abril. Por outro lado, retraíram seus consumos: a fabricação de produtos químicos (-48 GWh; -2,9%), pela redução na produção em uma grande unidade de cloro-soda do Nordeste e a fabricação de produtos têxteis (-3 GWh; -0,7%).

O consumo de eletricidade nas residências teve alta de 9,1% no mês de abril frente ao mesmo mês de 2023. Porém, o consumo registrou o menor valor da classe desde dezembro de 2023: 14.950 GWh. Um fator atenuante do consumo foram as chuvas em grande parte do país. A expansão do consumo no mês de abril foi resultado de temperaturas acima da média e ondas de calor devido ao fenômeno climático El Niño.

Adicionalmente, a elevação do número de consumidores, a melhora dos indicadores de emprego e renda também favoreceram o aumento do consumo no mês. Todas as regiões e estados tiveram taxas positivas de consumo residencial no mês de abril. As regiões Norte (+19,4%), Nordeste (+12,8%) e Centro-Oeste (+12,6%) foram os maiores destaques.

CONSUMO COMERCIAL

O consumo de eletricidade da classe comercial elevou 5,9% em abril de 2024, contra o mesmo mês de 2023, chegando ao segundo maior valor de consumo da série histórica: 9.044 GWh. O bom comportamento do setor de comércio, o forte calor em grande parte do país e a expansão da base de consumidores comerciais motivaram o consumo de energia elétrica da classe no mês.

Todas as regiões anotaram taxas positivas de consumo comercial em abril. A região Norte (+11,0%) foi a que mais cresceu, seguida pelo Nordeste (+7,7%), Sul (+7,0%), Sudeste (+4,9%) e Centro-Oeste (+3,2%). Entre os estados, destaques para Tocantins (+19,0%), Espírito Santo (+16,9%) e Acre (+16,3%).

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre, com 19.542 GWh, respondeu por 41,3% do consumo nacional de energia elétrica em abril, com crescimento de 9,4% no consumo e de 27,3% no número de consumidores, na comparação com abril de 2023. O Centro-Oeste foi a região que mais expandiu o consumo (+12,1%) e o Norte foi a que mais expandiu número de consumidores (+46,6%).

A expansão do número de consumidores livres está em linha com as migrações previstas para 2024 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), após portaria do MME 50/2022 que amplia a possibilidade de migração a todos consumidores do grupo A. Já o mercado regulado das distribuidoras, com 27.795 GWh, respondeu por 58,7% do consumo nacional em abril, alta de 2,9%. O número de unidades consumidoras aumentou 1,2% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre. No mercado regulado, o Norte registrou a maior expansão do consumo (+13,2%) e do número de consumidores (+4,3%).