O governo Federal anunciou na manhã desta quarta-feira, 29, uma série de medidas para auxiliar na reconstrução de empresas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, envolvendo uma linha de crédito de até R$ 15 bilhões de financiamento, com três linhas diferentes. As MEDIDAS RIO GRANDE DO SUL permitem a compra de Máquinas, Equipamentos e Serviços, o financiamento a empreendimentos, com projetos customizados incluindo obras de construção civil, capital de Giro Emergencial e linha de crédito do Finep.
Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, o desafio que o RS enfrenta não tem comparações históricas. “É difícil dizer se é o suficiente ou não porque ainda estamos levantando perdas. Isso é um importante começo, mas com certeza a necessidade de ajuda em várias outras frentes vai continuar existindo. O volume de recursos e as taxas de juros disponibilizadas são um importante passo, mas o fundamental é que os financiamentos aconteçam, isto é, que as empresas consigam ter acesso a esses recursos de forma célere e desburocratizada”, comenta.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, considera importantes para a retomada da indústria as medidas de apoio ao setor produtivo anunciadas pelo Governo Federal. Mas ainda insuficientes devido ao tamanho das dificuldades que as empresas enfrentam.
“As linhas de financiamento anunciadas, com montante de até R$ 15 bilhões, abrangendo empresas de todos os portes é de suma importância. As grandes empresas, que não tinham medidas que as contemplassem até então, são geradoras de emprego e renda, bem como fazem girar as cadeias produtivas, demandando de empresas menores. Porém, dada a situação crítica do setor produtivo, o ideal seriam recursos a juro zero ou negativo”, diz o presidente da FIERGS.
Para compra de Máquinas, Equipamentos e Serviços, os recursos terão custo base de 1% ao ano + spread bancário (diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro), e prazo até 60 meses com carência de 12 meses. Já no caso do financiamento a empreendimentos, projetos customizados incluindo obras de construção civil, terá custo base de 1% ao ano + spread bancário e prazos de até 120 meses com carência de 24 meses
Para o caso do capital de giro emergencial previsto no programa, o custo base será de 4% ao ano para Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) e 6% ao ano para grandes empresas + spread bancário, com prazos até 60 meses com carência de 12 meses. As operações possuem limites de R$ 300 milhões para as linhas de compra de máquinas e financiamento para empreendimento. Já a linha de crédito para capital de giro emergencial de pequenas empresas tem limite de R$ 50 milhões, enquanto grandes empresas podem financiar até R$ 400 milhões.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
O programa também prevê investir R$ 1,5 bilhão com taxas menores via cooperativas de crédito, como Banrisul e BRDE. Metade do valor é para micro, pequenas e médias empresas. As companhias afetadas pelas enchentes poderão usar até 40% do empréstimo como capital de giro associados aos investimentos em infraestrutura, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Empresas que receberam financiamento da Emprapii, BNDES, Lei do Bem ou Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) nos últimos dez anos estão elegíveis para esta modalidade.