O número de desligamentos a pedido do trabalhador vem crescendo no Brasil e isso indica que o mercado está aquecido. Esse fenômeno traz implicações tanto positivas quanto negativas ao país. No trimestre móvel encerrado em abril de 2024, a taxa de desocupação foi de 7,5%, praticamente estável em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2024, quando estava em 7,6%, e abaixo dos 8,5% registrados no mesmo período de 2023. Esses dados foram divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em abril desde 2014, quando o índice estava em 7,2%.
“Essa elevação é atribuída a um baixo desemprego e à falta de perspectivas de crescimento no emprego atual”, explica o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.
Segundo o executivo, essa relação empregabilidade-perspectiva acaba impulsionando o trabalhador a buscar melhores oportunidades. “Eles [os trabalhadores] estão mais confiantes em deixar seus empregos atuais na expectativa de encontrar melhores condições de trabalho, salários mais altos ou mais benefícios”, diz.
Eyng lembra que em 2023 o número de trabalhadores que pediram demissão atingiu um recorde de 7,3 milhões. “Trata-se do maior número desde 2004, representando um aumento significativo em comparação aos anos anteriores, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego”, destaca.
Já André Colares, CEO da Smart House Investments, reforça que esse aumento na confiança dos trabalhadores pode ser benéfico para a economia, pois indica que as pessoas estão otimistas sobre suas perspectivas de emprego. “Isso pode levar a maior mobilidade no mercado de trabalho, impulsionando a produtividade e a inovação nas empresas. Além disso, pode resultar em melhores condições salariais e de trabalho, estimulando o crescimento econômico”, aponta.