O IPCA-15 de maio deve apresentar uma aceleração em relação ao dado divulgado para o mês de abril. A expectativa do mercado é de uma alta mensal de 0,21% para 0,49%, com uma queda anual de 3,77% para 3,75%. A tragédia das chuvas intensas no Rio Grande do Sul ainda deve ter um impacto limitado nos dados de maio do IPCA-15, pois a coleta ocorreu até 15 de maio. A interpretação é do analista de economia do Investing.com, Leandro Manzoni, para quem o impacto no nível de preços devido às enchentes no estado deve ser temporário nos índices a serem divulgados em junho e julho.
Conforme Manzoni, a aceleração inflacionária ocorre devido à alta do preço da gasolina, dos remédios e das passagens aéreas. A tendência é de uma desaceleração nos núcleos de inflação, especialmente no setor de serviços – o calcanhar de Aquiles do Banco Central (Bacen) na condução da política monetária. O preço da alimentação deve desacelerar por ser um período do ano com menor pressão do segmento na inflação.
O analista da Investing.com diz que para interpretar o resultado do IPCA-15 é preciso verificar se o número virá acima ou abaixo da projeção do mercado. Se vier acima das estimativas, a tendência é o mercado apontar que o Banco Central (BC) mantenha a taxa de juros em 10,5% na próxima reunião do Copom em 19 de junho. Se vier abaixo, o mercado não necessariamente vai precificar mais um corte de 0,25 ponto porcentual para 10,25% no encontro de junho, mas alivia a pressão na curva de juros, especialmente nos vértices mais longos.
“Além disso, um dado menor do que a projeção pode ajudar a estancar a deterioração da inflação para 2025 e 2026 nas próximas edições do Boletim Focus, abrindo margem para que o BC retome o corte de juros mais a frente, especialmente quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) inicie a flexibilização de sua política monetária”, diz.
Imagem 1: IPCA-15 anual (abril/2022 a abril/2024)
Fonte e elaboração: br.investing.com
Imagem 2: IPCA-15 mensal ((abril/2022 a abril/2024)
Fonte e elaboração: br.investing.com