Os episódios mais recentes de chuva fizeram com que a Trensurb adiasse novamente o início de sua operação emergencial, entre as estações Novo Hamburgo e Mathias Velho, em Canoas, desta vez para a próxima quarta-feira pela manhã, por ora, segundo informou o diretor-presidente da estatal, Fernando Marroni. Tudo depende da retomada da subestação São Luís, também em Canoas, que teve um princípio de incêndio na última quinta-feira, e não pôde ser reparada nesta segunda, assim como os resultados dos testes nas composições feitos até amanhã, a total secagem do pátio da companhia, no bairro Humaitá, zona Norte de Porto Alegre, e principalmente a definição, por parte da Defesa Civil Estadual, da triagem de passageiros aptos a utilizar os trens neste primeiro momento.
O trem circulará, neste começo, somente entre 8h e 18h, todos os dias, e ainda haverá intervalos de 30 minutos entre as composições, maiores do que o habitual, bem como viagens mais lentas, também durando 30 minutos, ante 12 minutos no referido trecho, e o uso somente das composições antigas. Da estação Mathias Velho, que conta com um terminal de ônibus integrado, em diante, o transporte de passageiros deve ser feito por meio de transporte coletivo, conforme vêm avançando os diálogos com a Metroplan, que, por sua vez, confirmou que a operação será feita com veículos da Transcal.
Em Porto Alegre, os embarques e desembarques vão ocorrer no Terminal Conceição, segundo acerto junto à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Segundo Marroni, a solicitação dos passageiros prioritários já foi feita ao governo do estado, bastando ao órgão informar quais são os serviços essenciais, cujos funcionários poderão ter acesso à Trensurb. “Vamos precisar de uma operação junto ao governo, e dar prioridade às pessoas que trabalham com segurança, saúde, comunicação, incluindo imprensa, energia, porque tudo isto precisa ser recuperado”, afirmou Marroni, ao opinar que isto poderia ser feito mediante um “credenciamento” junto à Defesa Civil.
Em tese, o órgão ficaria responsável por repassar os dados das pessoas autorizadas à empresa de trens. “Não seria nossa responsabilidade. Somos apenas operadores”, explica. Com efeito, até a enchente a Trensurb transportava de 110 mil a 120 mil passageiros por dia, número previsto para reduzir para 30 mil diários, caso a demanda seja atendida. Mesmo com o número reduzido, outro pedido feito pela Trensurb ao governo estadual é o reforço na segurança. “Precisamos deste apoio também para o controle das estações, e que possamos ter tranquilidade para operar. As pessoas estão muito estressadas, e evidentemente, precisamos nos precaver, inclusive de eventuais tumultos”, comentou o mandatário.
Além da Mercado, a estação Rodoviária da Trensurb foi completamente destruída pela enchente. A companhia afirma que, apesar dos problemas ainda existentes, houve “avanços significativos” na energização das linhas ainda no domingo, fazendo com que os trens pudessem ser movimentados e uma via liberada para a operação emergencial. Também questionado sobre como funcionará a bilhetagem e cobrança de passagens neste reinício, o diretor-presidente disse que, por ora, não há definição sobre o assunto. Procurada, a Defesa Civil Estadual disse que fornecerá uma resposta em breve.