O mercado imobiliário registrou aumento de 6% na venda de unidades residenciais novas em todo o país no 1º trimestre de 2024 na comparação com igual período de 2023, sendo a maior alta na região Centro-Oeste, com 20,2%. O aumento teve contribuição dos resultados do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), cujas vendas subiram 21,3% na mesma comparação entre trimestres.
Os dados fazem parte da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 1º Trimestre de 2024, divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta segunda-feira (27). O estudo foi realizado em 220 cidades, incluindo todas as 27 capitais e as principais regiões metropolitanas do país. Foram vendidas 81.376 unidades em janeiro, fevereiro e março deste ano, frente a 76.794 vendas no mesmo período do ano anterior. Somente no segmento do MCMV, foram 31.407 vendas no 1º trimestre de 2024, contra 25.882 no 1º trimestre de 2023. A participação do MCMV passou de 33,7% para 38,59%.
Além disso, no acumulado dos últimos 12 meses (abril de 2023 a março de 2024) foram vendidas 331.311 novas unidades ou 3,9% a mais que as 318.973 negociadas ao longo dos 12 meses anteriores (abril de 2022 a março de 2023). Os dados demonstram recuperação da tendência de crescimento de vendas iniciada há cinco anos – desde os 12 meses encerrados no 1º trimestre de 2019, quando foram registradas 190.371 vendas. O valor geral de vendas (VGV) no 1º trimestre de 2024 chegou ao total de R$ 46 bilhões, número 12,5% maior que o registrado no mesmo período de 2023, que foi de R$ 41 bi.
O MCMV também teve aumento expressivo de 24,7% no número de unidades lançadas – 26.439 novos imóveis colocados no mercado – no 1º trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, o 1º trimestre de 2023, que somou 21.207 imóveis lançados. Para a CBIC, o mercado vem respondendo desde os avanços promovidos no programa MCMV no segundo semestre de 2023.
De acordo com a CBIC, a tendência para o segundo semestre é de crescimento. Segundo o presidente da entidade, Renato Correia, há um movimento que está se avolumando no país de complementação de subsídios para o programa dos governos locais, com o intuito de fortalecer o a habitação. “O movimento de união de várias esferas para com combate ao déficit habitacional é muito importante para o abastecimento da sociedade brasileira em habitação”, disse.
Já o lançamento de novos imóveis (56.355) em geral caiu 9,6% no 1º trimestre de 2024 em relação ao 1º trimestre de 2023 (62.312). A CBIC entende que uma das causas é a demora excessiva para novos licenciamentos. Apenas a região Norte teve alta, de 128,1%, na comparação em o 1º trimestre de 2023 e 0 de 2024. O aumento de vendas (+6%) e a queda nos lançamentos (-9,6%) ocasionaram a diminuição do estoque em 12,2% na comparação entre 1º trimestre de 2023 e o 1º trimestre de 2024.
COMPARATIVO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2024 X QUARTO TRIMESTRE DE 2023
Vendas
As vendas apresentaram queda de 4,2% no 1º trimestre de 2024, na comparação com o 4º trimestre de 2023. A queda das unidades residenciais vendidas foi percebida em todas as regiões do país neste comparativo. A região que apontou a maior redução nas vendas foi o Norte (-9,8%), seguido das regiões Sul e Centro-Oeste, que apresentaram a mesma variação de -8,8%.
LANÇAMENTOS
O 1º trimestre de 2024 foi marcado pela queda de 39% das unidades residenciais lançadas em comparação com o 4º trimestre de 2023. Foram 56.355 unidades lançadas em janeiro, fevereiro e março deste ano, contra 92.607 em outubro, novembro e dezembro. O registro é o menor dos últimos nove trimestres.
A queda, sentida por todas as regiões do Brasil, foi maior no Norte (-58,7%), seguido do Sudeste (-45,4%) e Centro-Oeste (-44,3%). A região que apresentou menor queda nos lançamentos foi o Sul (-20,5%). Apesar disso, o mercado ainda está saudável, de acordo com economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. “Apesar dos números, o mercado segue consolidado com o lançamento de 300 mil unidades em 12 meses”, disse.
Oferta
O setor apresentou queda de 8,6% no 1º trimestre de 2024, em relação ao 4º trimestre de 2023, registrando 272.708 imóveis. A partir do escoamento registrado em todas as regiões do país, considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, se não houver novos lançamentos a oferta final se esgotaria em 10 meses.
A oferta final disponível por região, registrou queda por todo o Brasil, com destaque para a região Norte, com queda de 11,7%, indicando a menor oferta do país, com 10.145 imóveis. A valorização patrimonial foi de 1,8% no último trimestre. Como comparação, a variação do INCC foi de 0,68% no mesmo período.
MINHA CASA, MINHA VIDA
O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) apresentou queda de 40,2% no número de lançamentos do 1º trimestre de 2024, se comparado ao trimestre anterior. Das 56.355 unidades lançadas em todo o país de janeiro a março deste ano, 47% fazem parte do MCMV (26.439 unidades).
A região que registrou maior número de lançamentos do programa no início do ano foi o Sudeste (15.645), seguida pelo Nordeste (5.592), Sul (3.706), Centro-Oeste (1.176) e Norte (320).
O setor retraiu 4,2% nas vendas do programa habitacional entre o 4º trimestre de 2023 e o 1º trimestre de 2024, e apresentou queda em sua oferta final. Considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, caso não ocorram novos lançamentos, a oferta final se esgotaria em 8 meses.