Juros no cartão de crédito sobem e superam 423% ao ano

Em abril, foram contratados novos empréstimos no rotativo num total de R$ 30,5 bilhões

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo apresentaram uma alta de 421,3% ao ano verificada em março, para 423,5% ao ano em abril. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 27, pelo Banco Central e representa o maior patamar desde dezembro de 2023. O aumento contraria determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN) que, desde janeiro, limitou  o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo, que não pode mais exceder 100% da dívida original.

Os números também revelam, entretanto, estabilidade nas concessões de novos empréstimos no rotativo do cartão de crédito. Em abril, foram contratados R$ 30,5 bilhões nessa modalidade de crédito, acima da média de 2022 (R$ 28,38 bilhões por mês) e de 2023 (R$ 30 bilhões por mês).

O Banco Central passou a divulgar em página específica na internet os percentuais acumulados dos montantes de juros e encargos nas operações de cartão rotativo e parcelado. Esses dados mostram a distribuição de frequência da proporção dos montantes de juros e encargos financeiros cobrados pelas instituições financeiras em relação ao valor original da dívida e estão disponíveis no site do Banco Central.

BASE MONETÁRIA

A base monetária atingiu R$ 406,3 bilhões em abril, com reduções de 2,8% no mês e de 1% em 12 meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação cresceu 1% e as reservas bancárias declinaram 16,7%. O resultado impactaram as operações do Tesouro Nacional (R$13,3 bilhões), as operações do setor externo (R$359 milhões), as operações com derivativos (R$11,2 bilhões) e as operações com títulos públicos federais (R$7,1 bilhões, resultado de colocações líquidas de R$9,3 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$16,4 bilhões no mercado secundário).

Foram restritos os depósitos de instituições financeiras (R$37,6 bilhões), resultado principalmente da liberação de recursos de caderneta de poupança (+R$0,8 bilhões), de recursos do Proagro (+R$0,9 bilhões), de depósitos de garantias em espécie vinculadas a Linhas Financeiras de Liquidez – LFL (+R$1,2 bilhão) e dos recolhimentos de depósitos a prazo (-R$7,5 bilhões) e de depósitos voluntários a prazo (-R$33 bilhões).