Brasil registra déficit em conta corrente de US$ 2,5 bi em abril, aponta BC

Reservas internacionais somaram US$ 351,6 bilhões, redução de US$ 3,4 bilhões sobre março

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$ 2,5 bilhões em abril de 2024, comparado com déficit de US$ 247 milhões em igual período de 2023. Na comparação interanual, o saldo comercial recuou US$ 578 milhões e os déficits em serviços e renda primária aumentaram, respectivamente, US$ 844 milhões e US$ 1,1 bilhão. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 24, pelo Banco Central.

O déficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em abril de 2024 somou US$ 35,3 bilhões (1,57% do PIB), ante US$ 33,0 bilhões (1,48% do PIB) no mês anterior e US$ 50,6 bilhões (2,52% do PIB) em abril de 2023. O superávit da balança comercial de bens atingiu US$6,8 bilhões em abril de 2024, ante superávit de US$ 7,4 bilhões em abril de 2023. As exportações de bens totalizaram US$ 31,4 bilhões e as importações de bens, US$24,6 bilhões, correspondendo a aumentos de 11,7% e de 18,6% na comparação interanual.

As reservas internacionais somaram US$ 351,6 bilhões em abril de 2024, redução de US$ 3,4 bilhões em relação ao mês anterior. Essa redução decorreu, principalmente, de contribuições negativas de variações por preços, US$ 3,4 bilhões, e por paridades, US$ 378 milhões. As receitas de juros somaram US$ 761 milhões no mês.

CONTA SERVIÇOS

O déficit na conta de serviços totalizou US$4,0 bilhões em abril de 2024, ante US$3,1 bilhões em abril de 2023, crescimento de 26,9%. Na mesma base de comparação, as despesas líquidas com serviços de propriedade intelectual aumentaram 175% somando US$889 milhões; a conta de transportes cresceu 36,5% nas despesas líquidas, somando US$1,4 bilhão; e as despesas líquidas com aluguel de equipamentos aumentaram 36,6%, para US$856 milhões. As despesas líquidas com viagens internacionais diminuíram 30,5%, para US$544 milhões, resultado do aumento de 37,2% (para US$620 milhões) nas receitas e redução de 5,8% nas despesas (para US$1,2 bilhão).

O déficit em renda primária somou US$5,5 bilhões em abril de 2024, aumento de 25,0% comparativamente ao déficit de US$4,4 bilhões em abril de 2023. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$3,7 bilhões, ante US$3,2 bilhões em abril de 2023. As despesas líquidas com juros somaram US$1,8 bilhão, 53,4% maiores ante o resultado de abril de 2023.

Os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos de US$3,9 bilhões em abril de 2024, ante US$3,1 bilhões em abril de 2023. A totalidade dos ingressos líquidos do mês ocorreu em participação no capital. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$67,3 bilhões (3,01% do PIB) em abril de 2024, ante US$66,5 bilhões (2,98% do PIB) em março e US$67,4 bilhões (3,36% do PIB) em relação a abril de 2023.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico registraram saídas líquidas de US$6,7 bilhões em abril de 2024, das quais US$6,1 bilhões em títulos e US$620 milhões em ações e fundos de investimento. Nos doze meses encerrados em abril de 2024, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram saídas líquidas de US$1,4 bilhão.