Em debate com profissionais técnicos, o Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS) divulgaram um manifesto com medidas emergenciais que precisam ser feitos no momento no Sistema de Prevenção Contra Chuvas de Porto Alegre e após a água do Guaíba recuar. No documento, os mais de 40 profissionais que assinaram o manifesto ainda defenderam a funcionalidade do sistema.
No documento divulgado, os engenheiros e técnicos apontam medidas emergenciais para a retomada do funcionamento das casas de bombas, como a contratação de mergulhadores para vedarem as comportas do sistema, além de colocar bombas móveis e buscar a retomada da energia nas unidades para dar vazão às águas que estão represadas.
Além disso, há orientações de medidas para assim que a água do Guaíba baixar. Entre elas está o conserto imediato das comportas, a manutenção para regularização do funcionamento das casas de bombas, a retomada do Plano de Desenvolvimento da Drenagem Urbana e estudar a ampliação do sistema a nível regional, além da recriação de uma estrutura como o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).
Segundo o presidente do Senge-RS, Cezar Henrique Ferreira, a entidade tem conhecimento para contribuir com o debate e buscar soluções sustentáveis. “É importante que a sociedade busque se organizar para enfrentar melhor essas situações. O debateé muito sério e deve ser feito com o olhar da engenharia e com base no interesse público. Alguns pontos são fundamentais. Não é possível não aceitar os efeitos do aquecimento global. Todo um debate precisa ser feito das nossas bacias hidrográficas”, reforçou Ferreira.
Debate sobre as falhas no sistema durante a enchente
Entre os convidados para debater o tema estavam os engenheiros e ex-diretores do DEP, Augusto Damiani e Vicente Rauber. “O sistema é tradicional e fácil de usar. Nós temos uma barragem que impede a água de entrar e, quando entra, temos um sistema que joga de volta para o Guaíba. É só manter funcionando. Se tu não cuidar, não vai bombear nem a água que está na esquina. Quem pode nos responder quanto tempo a cidade vai seguir assim é a prefeitura”, falou Damiani.
Para Rauber, Porto Alegre não precisaria ter “10% da inundação” registrada desde o início de maio. “Tivemos enchentes ano passado. Além disso, 40% da cidade fica no mesmo nível do Guaíba. É preciso fazer os reparos necessários pois não sabemos quando vai alagar de novo. O sistema não colapsou. Faltou que fizessem as manutenções nas comportas e nas casas de bombas. Não dá para colocar fora este privilégio que nós temos em Porto Alegre”, completou Rauber.