A cidade de Canoas, um dos Municípios mais afetados pela catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul, segue contabilizando os estragos e prejuízos provocados pela força da água. Até agora, ao menos 81 equipamentos públicos foram totalmente danificados, entre eles 41 escolas municipais, 19 unidades de saúde, 3 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), o Hospital de Pronto Socorro (HPSC), 4 farmácias básicas, 5 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), o albergue municipal, 8 espaços esportivos, além de 70 mil imóveis, entre casas, comércios e indústrias.
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, estima que para recuperar estes espaços o valor ultrapasse os R$ 200 milhões. “Há locais que ainda não conseguimos acessar, pois ainda tem muita água acumulada. Espaços culturais foram afetados, o Parque Eduardo Gomes. Sem falar nas perdas econômicas que chegam a R$5 ou R$ 6 bilhões. Realmente estamos diante de uma grande tragédia e vamos contar com ajuda do governo estadual e federal.”
Ao menos 150 mil pessoas foram diretamente atingidas pela inundação em Canoas. “Ainda há 17 mil pessoas em 76 abrigos do Município e outras 86 mil pessoas alojadas na casa de amigos e familiares. O lado oeste da cidade foi totalmente atingido. Abrimos na terça-feira o cadastro online para o auxílio reconstrução, programa do governo federal, e já estamos com 65 mil pessoas cadastradas. Ou seja, são 65 mil famílias que foram diretamente atingidas. Isso mostra a grandeza desta catástrofe.”
Jairo diz que este é um valor não para reformar, mas para recompor a renda destas famílias, pois em muitos lugares é necessário a água baixar para ter uma noção do que realmente restou. O prefeito estuda a possibilidade de compra de moradias, especialmente nas áreas do Mato Grande, São Luís, Rio Branco, Fátima, Mathias Velho e Harmonia, áreas que foram fortemente atingidas. “Pois com o recuo das águas a volta para casa será quase impossível.” Além disso, o prefeito também estuda a possibilidade de criar uma política para a construção de moradias para famílias que perderam tudo e que moram em áreas de risco, próximas dos diques.
“Estas deverão ser reassentadas para não correr novamente o risco de precisarem ser evacuadas em outra oportunidade. Estamos trabalhando em projetos para ampliar atura dos diques que hoje tem entre 5 e 6 metros para 7 e 8 metros. Isso deve ser feito rapidamente juntamente com o trabalho reassentamento de algumas famílias que moram próximas aos diques. Precisamos criar bairros planejados. Na zona nordeste temos áreas públicas com espaço para 5 mil casas para reassentar no mínimo 5 mil famílias. Esta é uma das alternativas.” Canoas contabiliza ainda 24 óbitos e 16 pessoas desaparecidas.