RS registra primeira morte por leptospirose após cheias

Informação foi divulgada pela prefeitura de Travesseiro

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre segue nesta segunda-feira (20), com força-tarefa de limpeza nos bairros em que a água recuou, após a enchente que atingiu a capital nos últimos dias. Foto: Alex Rocha/PMPA

Um homem de 67 anos morreu de leptospirose no município de Travesseiro, no Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A morte ocorreu na sexta-feira (17) e foi confirmada pela secretaria municipal de saúde no domingo (19).

O governo do estado aguarda confirmação laboratorial do óbito.

Pessoas que tiveram contato com água das cheias e inundações, como as que atingiram o Vale do Taquari, a região metropolitana de Porto Alegre e outras regiões do Estado, neste mês, devem ficar atentas a possíveis sintomas de leptospirose. A recomendação de atenção também é válida para profissionais de saúde, no atendimento a pacientes.

A leptospirose é uma doença curável, com tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde e deve ser iniciado, preferencialmente, até o quinto dia após a apresentação dos primeiros sintomas. A doença pode levar até 30 dias para se desenvolver, mas, geralmente, os sintomas começam entre o sétimo e o décimo quarto dia após a exposição.

Leptospirose

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, principalmente ratos, infectados. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões, ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada, além de também por meio de mucosas.

O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo e calafrios.

Os casos suspeitos de leptospirose estão sendo identificados pelos municípios, mas sem possibilidade de notificar o Estado e com dificuldade de enviar amostras, que estão sendo coletadas para análise posterior.

Recomendações

É importante que residentes em locais mais atingidos pela chuva adotem cuidados, como usar calçados ao caminhar em áreas alagadas, evitar qualquer tipo de contato com roedores, que são os principais transmissores, e lavar bem os alimentos

Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com hipoclorito de sódio a 2,5%, presente na água sanitária. A medida é de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água. Além disso, manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados, manter a cozinha limpa sem restos de alimentos, retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer, manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais ajudam a evitar a presença de roedores. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.

A SES recomenda a quimioprofilaxia, isto é, tratamento preventivo, para pessoas que tiveram contato prolongado com água de enchentes, assim como para os voluntários e equipes de resgate que estão entrando nas regiões de cheia.

A Equipe de Vigilância em Doenças Transmissíveis da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre emitiu um ALERTA EPIDEMIOLÓGICO com instruções para os profissionais da saúde.

Diferença entre Leptospirose e Dengue

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde orienta a população para as semelhanças e diferenças entre os sintomas de leptospirose e de dengue. É necessário que nos primeiros sinais a população busque o auxílio de um profissional de saúde, seja nos serviços disponíveis ou nos abrigos.

Tanto a dengue quanto a leptospirose apresentam sintomas iniciais como dor de cabeça, febre alta e dor muscular. Não há sintomas exclusivos apenas de um ou outro agravo – no entanto, é mais comum a dengue apresentar dor atrás dos olhos e nas articulações. Já na leptospirose é mais característica a dor na panturrilha e na lombar.