Mais uma vez, os índices tanto do Canal São Gonçalo, como da Lagoa dos Patos recuaram durante a madrugada desta segunda-feira, mas o alerta é máximo na cidade. As condições meteorológicas desfavoráveis no domingo provocaram importante elevação dos mananciais (atingiu três metros no canal São Gonçalo e 2,75 metros na Lagoa dos Patos – a quatro centímetros do pico). Porém, segundo dados da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o Canal da Barra, no Rio Grande, por onde escoa a água da Lagoa dos Patos para o mar, registrou o maior valor de vazão já medido, 21.5 mil metros cúbicos de água.
Para efeito de comparação: o lago Guaíba, em Porto Alegre, registrou vazão de 30 mil metros cúbicos em seu primeiro pico, dia 5 deste mês. Uma vazão de dois terços do pico do Guaíba saindo pelo Canal da Barra, assinala a hidróloga da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) na Sala de Situação, Tamara Beskow. Ela observa a situação de declínio do nível da bacia do Guaíba e de normalidade do Rio Camaquã. Não é o caso dos mananciais da região (Lagoa dos Patos, canal São Gonçalo e Lagoa Mirim), estabilizados em nível alto.
Os ventos em direção Leste/Sudeste no Oceano e Lagoa, no domingo, promoveu elevação dos níveis. À noite mudou para Sudoeste, o que ajudou a empurrar a água para o Norte da Lagoa dos Patos. Para a noite desta segunda-feira há a previsão de vento Nordeste com intensidade moderada. A mesma situação pode permanecer até quarta-feira. Conforme o meteorologista da UFPel, Henrique Repinaldo, em condições normais é um vento “bem favorável” para o escoamento da Lagoa em direção ao Oceano. No entanto, com o represamento das águas ao Norte da Lagoa, o vento Nordeste deve empurrar esta água represada em direção à margem, acelerando “bastante” esse volume rumo à região. “Vai depender da capacidade do Canal da Barra do Rio Grande de escoar essa água da Lagoa em direção ao Oceano”, afirmou. É esperado aumento dos níveis a partir da noite desta segunda-feira.
A partir do fim da tarde de terça-feira, as chuvas devem voltar em forma de pancada. Devem se distribuir a partir de quarta em todo extremo sul, em toda a extensão da Lagoa Mirim. A previsão meteorológica indica que esta semana será crítica. “O bom é que como as águas baixaram vamos partir de um patamar um pouco mais baixo para enfrentar esta semana. Seguimos em alerta, o mapa segue o mesmo. Pedimos que as pessoas evacuem áreas de risco se mantenham em atentas”, solicitou a Prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.
Sobre a situação da praia do Laranjal, local mais afetado pelo alagamento até hoje em Pelotas, Paula diz que os técnicos do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas estão trabalhando em alternativas para reduzir os níveis de água. “Nesta segunda-feira faremos um sobrevoo com drone na área vai permitir que se faça a avaliação adequada das condições de intervenção. O foco é recuperar e melhorar o barramento, na rua Nova Prata, essencial para qualquer ação efetiva”, justifica. Ela confirmou que também está em estudo o uso de bombas para ajudar na redução dos níveis da água.
Devido à previsão de chuvas e ventos desfavoráveis, as aulas continuam suspensas pelo menos até quarta-feira. A situação será monitorada.
Doações
A Prefeitura segue necessitando de doações para auxiliar os mais necessitados. Os itens mais necessários são alimentos, itens de higiene, roupas e móveis de plástico. As doações podem ser entregues na rua Marechal Deodoro 404, prédio da Secretaria Municipal de Assistência Social. O número de pessoas nos oito abrigos do município está em 726. Também é solicitada a presença de voluntários para auxiliar no manejo dos animais na Associação Rural de Pelotas, que conta com um alto número de animais de pequeno e grande porte.
