Guaíba deve baixar da cota de inundação no fim de maio, diz hidrólogo da UFRGS

Professor comentou queo lago deve permanecer em nível superior a 4 metros até o início da próxima semana

A enchente afeta diretamente 150 mil habitantes de Porto Alegre e impacta mais de um milhão de pessoas com a elevação histórica do Lago Guaíba - Foto: Giulian Serafim/PMPA

O professor Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da UFRGS, afirmou que, em cenário otimista, Porto Alegre seguirá inundada pelo menos até o fim do mês. Em entrevista para a Rádio Guaíba, Paiva ponderou que, como a baixa do Guaíba tem sido lenta, em média 25 cm a cada 24h, o corpo d’água deve ficar acima dos 3 metros até o fim de maio.

Ainda de acordo com o professor, este é o cenário otimista, ou seja, caso não haja grandes volumes de chuva na semana seguinte. O Guaíba apresentava nível 4,73 m às 6h30min desta sexta-feira.

Paiva comentou que o Guaíba deve permanecer em nível superior a 4 metros até o início da próxima semana. “Temos dificuldades de prever duas semanas à frente, pela questão das chuvas. A previsão de chuva, a partir de uma semana, ela já é mais incerta. Por isso, trabalhamos com vários cenários”, disse.

Até o momento, o pico do nível das águas foi registrado no dia 5 de maio, em torno de 5,3 m. As águas começaram a baixar lentamente no dia 8, até 4,56m, e no dia 11. Mas um repique foi registrado desde o domingo, 12, com maior elevação na terça-feira, 14, superando 5,2 m. O nível está novamente em queda neste momento.

De acordo com boletim do IPH, a principal preocupação do momento é como será a descida e duração em níveis elevados em função de possíveis chuvas e efeito do vento.

Nova fase de pesquisas

A água que inunda Porto Alegre está sendo recolhida para estudos em uma nova etapa de pesquisas para “saber o quanto está poluída e o que regiões estão mais ou menos poluídas”.

Paiva acrescentou que o estudo vai permitir que a poluição das águas seja melhor mapeada. De antemão, o professor dá recomendações, a partir das análises preliminares. “Não é recomendado ter contato com essa água, ou se alimentar com peixes que estejam nesta região”, disse o professor.