A defesa de uma política monetária mais restritiva, cautelosa e sem apontar caminhos a seguir nos próximos meses. Esta foi a linha adotada pela diretoria do Banco Central durante reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, quando reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa Selic, que passou para 10,50% ao ano. Conforme conteúdo da ata divulgada nesta terça-feira, 14, pela autoridade monetária, houve um debate sobre o risco de perda de credibilidade sobre o compromisso com o combate à inflação e com a ancoragem das expectativas.
Isso justificou que a maioria do Comitê avaliasse ser mais adequado reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual. “Consideraram, para tanto, que o cenário esperado não se confirmou em função da desancoragem adicional das expectativas, da elevação das projeções de inflação, do cenário internacional mais adverso e da atividade econômica mais dinâmica do que esperado”, diz o texto.
Mesmo que uma parcela de diretores tenham votado pela redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic também houve, por parte deste grupo, a percepção de aumento das incertezas internas e externas entre as reuniões de março e maio e “o firme compromisso com o objetivo fundamental de atingimento da meta e de reancoragem das expectativas”. “Robustecendo a análise, notaram que as projeções de inflação eram mais afetadas pela determinação da taxa de juros terminal e que a redução de 0,50 ponto percentual ainda manteria a política monetária suficientemente contracionista.”
Ao final, o Comitê entendeu que essa decisão “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025”.