Recuperação das rodovias gaúchas irão custar R$ 230 milhões

Valor estimado inclui apenas ‘obras especiais’, como pontes e viadutos

No pior momento, cerca de 170 rodovias gaúchas apresentaram estragos e pontos de bloqueio | Foto: Ricardo Giusti

Os estragos causados pelas enchentes que afetam o Rio Grande do Sul e devastaram as rodovias gaúchas deverão custar quase R$ 230 milhões. Os valores incluem apenas a recuperação das pontes, viadutos, passarelas e túneis, as chamadas “obras especiais”. O relatório preliminar foi elaborado pelo Daer (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem) e dimensiona o tamanho do estrago.

Nesta sexta-feira, cerca de 40 trechos em 20 rodovias já foram liberados para tráfego. Na manhã de 30 de abril, quando as chuvas iniciaram, eram oito bloqueios totais, um bloqueio parcial e quatro pontos de observação nas rodovias. Ao longo das chuvas, chegaram em 170 pontos de bloqueios em 79 rodovias estaduais e 97 municípios.

A situação das rodovias no RS

Conforme os dados disponibilizados pelo DAER, na Região Metropolitana e parte do Vale do Caí, os maiores danos verificados foram nas rodovias federais. Nas rodovias estaduais, os eventos que mais geraram bloqueios foram água na pista e erosões, que já estão sendo contidos, por meio do contrato de conservação de rodovias.

Na região de Bento Gonçalves, mesmo em locais como a ERS-431, onde ainda havia uma ponte colapsada na enchente de setembro, novos danos ocorreram. Em Lajeado, a balsa foi levada pela correnteza, colidindo com a ponte do Rio Taquari. Na região, houve também danos em rodovias municipais, como na ponte da ERS-444, em Santa Tereza. Por ser a única ligação asfáltica do município, o Daer solicitou apoio ao exército para a instalação de uma ponte móvel.

As rodovias da região de Santa Maria também foram bastante prejudicadas. Na via estadual de acesso ao município de Dilermando de Aguiar, a ponte teve dano estrutural irreversível, com a ruptura de um dos pilares. Como é o único acesso ao município, o Daer solicitou apoio junto ao exército para a instalação de ponte móvel.

A região do Vale do Taquari foi uma das mais afetadas. Entre Travesseiro e Marques de Souza, a ponte colapsou. Apesar de ser uma via municipal, é a única ligação do município de Travesseiro com a BR-386. Por isso, o Daer também solicitou apoio do exército para avaliar a instalação de ponte móvel. Quedas de barreira, erosão no asfalto e água sobre a pista atingiram diversos pontos da região. Os trabalhos seguem em busca da desobstrução dos trechos bloqueados.

Na região de Cachoeira do Sul, na ERS-403, a água passando sobre a ponte do Rio Botucaraí provocou a interdição do trecho situado no km 39. Entre Agudo e Dona Francisca, na ERS-348, quilômetros de asfalto foram destruídos pela força das águas.