É incerta a perspectiva de retomada das atividades industriais após as inundações no Rio Grande do Sul, e é ainda impossível determinar um prazo com precisão. Segundo o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Arildo Bennech Oliveira, tudo dependerá da realidade específica das empresas e dos municípios afetados, já que os impactos foram extremamente heterogêneos.
“É importante ressaltar que esta situação é diferente do que enfrentamos durante a pandemia. Há uma perda permanente de capital, danos significativos à infraestrutura e problemas logísticos que afetam diretamente a capacidade de recuperação econômica”, afirma.
Além dos danos diretos das enchentes, existem aqueles indiretos que ainda não podem ser quantificados completamente. A interrupção das atividades de empresas indefinidamente, por exemplo, provoca incertezas que podem acarretar a saída permanente de algum negócio das cidades. Além disso, pode ocorrer a migração da população em busca de condições de vida mais seguras.
“O processo de reconstrução exigirá medidas extraordinárias e um investimento significativo tanto do governo como da iniciativa privada. A qualidade dos projetos apresentados será crucial para garantir uma reconstrução eficaz”, ressalta Oliveira.
Para o presidente em exercício da FIERGS, a retomada das atividades dependerá não apenas do tempo, mas também dos recursos e esforços dedicados à reconstrução e revitalização das áreas afetadas.
Segundo um estudo preliminar divulgado pela FIERGS na quarta-feira, os 336 municípios incluídos no decreto de calamidade do governo do Estado correspondiam a mais de 80% da atividade econômica do Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira, porém, com a ampliação das enchentes, o número de municípios atingidos já chegava a 425.