A Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, registrou o aumento de 9% no EBITDA recorrente em comparação com o trimestre deste ano comparado com o período anterior, totalizando R$ 1,1 bilhão, um aumento de 7% em comparação ao mesmo período de 2023. O crescimento refletiu o impacto positivo das condições de mercado favoráveis, especialmente no Brasil e México, com crescimento acima de dois dígitos nos spreads das resinas.
No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou o aumento de 13% no spread de resinas no Brasil e de 20% no de polietileno no México, em comparação ao quarto trimestre de 2023. E isso mesmo diante dos níveis baixos na indústria global. “Os resultados mostram que, apesar do ciclo de baixa, os esforços contínuos que temos feito em inovação, resiliência corporativa e sustentabilidade estão impulsionando nosso crescimento na indústria petroquímica global”, afirmou Roberto Bischoff, CEO da Braskem.
A maioria dos spreads no mercado petroquímico internacional apresentou aumento em comparação com o 4T23. No mercado de polietileno (PE), o aumento no custo da matéria-prima, em função da queda no nível de produção das centrais petroquímicas impactadas pela tempestade de inverno ocorrida na região do golfo dos EUA, associado ao aumento dos fretes internacionais, como consequência dos conflitos no Mar Vermelho, suportaram o aumento no preço do PE nos EUA (+12%), resultando no aumento de 21% no spread de PE segmento Brasil. Adicionalmente, o spread de PE base etano aumentou (+20%) em comparação ao 4T23, impactado, principalmente, pelo menor preço de etano durante o 1T24 em função da maior disponibilidade deste produto na região.
DESTAQUES
A produção de Polietileno (PE) Verde, feita a partir de etanol derivado da cana-de-açúcar, é obtida por meio de uma matéria-prima renovável que pode ser utilizada no desenvolvimento de embalagens, peças automotivas, construção civil, agricultura, entre outros. E o volume de vendas do PE Verde registrou alta de 22% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, devido à maior disponibilidade de produto para venda, dado o retorno da operação após parada programada de manutenção no ano passado para expansão da capacidade de produção de eteno verde.
E, em relação ao 4T23, a taxa de utilização do eteno verde apresentou crescimento de 36 pontos percentuais, algo explicado, principalmente, pela normalização do fornecimento de etanol após restrições no quarto trimestre do ano passado em função das condições climáticas. Outro destaque foi o anúncio da Braskem e Lummus Technology, fornecedora global de tecnologias de processo e soluções de energia, do desenvolvimento de um estudo sobre a demonstração industrial do forno elétrico de craqueamento SRT-e TM, da Lummus, para descarbonizar uma das unidades da petroquímica no Brasil. O estudo fornecerá as bases para uma eventual negociação entre as duas empresas em um acordo definitivo que estabelecerá as diretrizes para implementar a descarbonização nas plantas da Braskem. Esta iniciativa faz parte das ambições da Braskem no combate às alterações climáticas, o que inclui a redução das emissões de gases com efeito de estufa em 15% até 2030 e o alcance da neutralidade carbônica até 2050.
A companhia manteve ainda um patamar de liquidez saudável com uma posição de caixa em torno de R$ 16,7 bilhões, valor que garante a cobertura dos vencimentos de dívida para os próximos seis anos aproximadamente, com a manutenção da alavancagem corporativa em dólares, em relação ao trimestre anterior, e um perfil de dívida bastante alongado. Neste primeiro trimestre, houve o registro de um prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão. “Continuamos focados na identificação e implementação de novas iniciativas corporativas de resiliência e preservação da higidez financeira para a gestão dos nossos resultados, com grande enfoque na redução dos custos fixos e variáveis de forma global”, afirma
o executivo.
VENDA
No Brasil, no primeiro trimestre de 2024, as vendas dos principais químicos — que incluem, entre outros, eteno, propeno e gasolina — foram 19% maiores em relação ao quarto trimestre, alcançando 663 mil toneladas. Isso ocorreu, principalmente, pelo maior volume de vendas de gasolina explicada por melhores oportunidades no mercado brasileiro; maior volume de vendas de paraxileno em função da normalização da produção de clientes que estavam em parada programada no trimestre passado; maior volume de vendas de benzeno devido a maior demanda de clientes dos setor de plásticos e fibras; e maior demanda de butadieno por clientes do setor de elastômeros. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, houve redução de 5% nas vendas, explicada pelo menor volume de vendas de benzeno e cumeno em função da menor demanda e menor volume de vendas de gasolina explicada por menor disponibilidade de produto para venda.
O volume de vendas de resinas no mercado brasileiro subiu 7% em relação ao quarto trimestre do ano passado, alcançando 839 mil toneladas, principalmente, com a maior demanda de PE e PP para recomposição de estoques. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve redução de 5%, por conta da priorização de vendas com maior valor agregado no período. “O ambiente de negócios segue muito desafiador, com os juros altos e a redução do consumo. Mas as vendas da Braskem já começam a dar sinais de recuperação. Os dados operacionais mostram que estamos indo na direção certa com avanço nas vendas de resinas e de produtos químicos de uma forma geral”, comenta Pedro Freitas, vice-presidente de Finanças, Global Business Services, Estratégia e Relações Institucionais da Braskem.