Vendas do varejo apresentam estabilidade em março, diz IBGE

No Rio Grande do Sul o crescimentofoi de 2,1% em igual período.

Crédito: Alexandre Barros/Divulgação

As vendas no comércio varejista no país ficaram estáveis na passagem de fevereiro para março. Como havia alcançado o maior nível da série no mês anterior, com a estabilidade, o patamar recorde se desloca de fevereiro para março de 2024. No acumulado do ano, há expansão de 5,9%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 2,5%. A média móvel trimestral apresentou crescimento de 1,2% no trimestre encerrado em março. Já no confronto contra o mesmo mês de 2023, o crescimento do varejo foi de 5,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao apontar que no Rio Grande do Sul o crescimento foi de 2,1% em igual período.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas variou negativamente 0,3% na passagem de fevereiro para março. Já na comparação com março de 2023, houve recuo de 1,5%. Entre as atividades do varejo, sete das oito pesquisadas tiveram resultado negativo.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, destaca, entretanto, que houve predominância de grupos que ficaram estáveis. “Das oito atividades do varejo, quatro tiveram taxa com sinal negativo, mas que também são consideradas estáveis estatisticamente. Isto é, ficaram entre de 0% e -0,5%. Contando o varejo ampliado, foram cinco de dez” explica.

O grupamento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação teve a maior queda do mês, recuando 8,7% em comparação com fevereiro. Segundo Cristiano, o grupo vinha de uma base mais alta, principalmente conquistada em janeiro. Além desse efeito-rebote, há um outro fenômeno: um novo momento de valorização do dólar. “É algo muito influente nesse setor por conta das importações. Sempre que o dólar sobe em relação ao real, naturalmente há um aumento de preços que acaba afugentando a demanda neste grupo”, justifica o pesquisador.

A segunda maior queda de março veio do setor de Móveis e eletrodomésticos (-2,4%), que também registrava resultados positivos nos últimos meses, diferente da trajetória do ano passado, quando as atividades foram bastante afetadas pela crise de lojas de departamentos que reduziu lojas físicas de grandes cadeias. “Como o setor teve um Natal menos intenso, acabou apostando no aumento de promoções, que fortaleceu as vendas nos meses de janeiro e fevereiro. Com essa base mais alta, em março a pesquisa registrou esse rebatimento”, detalha Cristiano.

Outras atividades com queda foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,6%). Com taxa negativa, mas estatisticamente estáveis ficaram os setores de Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).

Apenas Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou alta em março, de 1,4%. Como foi a terceira atividade com mais peso na PMC no mês, o crescimento do grupo explica a estabilidade, compensando as quedas em atividades menos impactantes. “Além disso, é um crescimento em cima de uma alta ainda mais forte, em fevereiro. E com a diferença que é um resultado mais ancorado em higiene pessoal, como cosméticos e perfumaria, do que em saúde e produtos farmacêuticos, como aconteceu em fevereiro”, afirma o pesquisador.

RECUO

Em março, as vendas no varejo avançaram 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Cinco das oito atividades tiveram recuo: Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,2%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,4%), Combustíveis e lubrificantes (-4,9%), Móveis e eletrodomésticos (-4,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,9%). Os três setores que apresentaram crescimento foram Outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,4%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,6%).

Nesta comparação, o setor de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresenta o oitavo mês consecutivo de resultado positivo. A atividade exerceu a principal influência no indicador: 4,6 p.p do total de 5,7%. Já o grupo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria tem 13 meses consecutivos registrando crescimento nesta comparação: a última queda foi em fevereiro de 2023 (-0,5%). A alta de março contribuiu em 1,2 p.p. para o total do varejo, segunda maior influência no campo positivo para o mês de março.

Considerando o comércio varejista ampliado, houve queda em Material de construção (-9,4%) e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-23,0%), enquanto a atividade de Veículos e motos, partes e peças apresentou alta de 1,8% nesta mesma comparação.