CNI defente manutenção da taxa de corte da Selic

Comunicado do Copom sai hoje no final do dia, após fechamento do mercado

Crédito: Freepik

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entende que a situação inflacionária no Brasil permite, há algum tempo, que o Banco Central abandone o conservadorismo na condução da política monetária em busca de um maior crescimento econômico. Nesse cenário, tem expectativa que o Banco ao menos mantenha o ritmo de queda da taxa Selic, em 0,5 ponto percentual, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que termina nesta quarta-feira, 8.

“Essa decisão seria compatível com o atual cenário de inflação, sob controle, além de impedir uma redução mais acentuada do crescimento econômico. Além disso, é impraticável a continuidade do projeto de neoindustrialização com altos níveis de taxa de juros”, enfatiza o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses caiu de 4,62%, em dezembro de 2023, para 3,93%, em março de 2024. Além disso, os núcleos de inflação, que excluem preços mais voláteis ou sujeitos a choques temporários, mostram números ainda mais favoráveis: no acumulado em 12 meses até março de 2024, a média de cinco núcleos de inflação foi de 3,6%. A título de comparação, essa média foi de 4,3% no acumulado em 12 meses até dezembro de 2023.

JUROS REAIS

Se os preços estão sob controle, segundo a CNI, manter o ritmo de queda da Selic evita penalizar ainda mais a atividade econômica no Brasil. Mesmo com os cortes da taxa Selic realizados desde agosto de 2023, a taxa de juros real está em 6,9% ao ano, ou seja, 2,4 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra, que não estimula nem desestimula a atividade econômica.

O principal mecanismo através do qual a elevada taxa de juros real atua sobre a atividade econômica é o mercado de crédito. Os dados mostram que, apesar do aumento real de 1,1% nas concessões totais de crédito no acumulado em 12 meses até março de 2024, em comparação com acumulado em 12 meses até março de 2023, as concessões para as empresas tiveram queda real de 1,9%.

Além de crescer menos do que nos anos anteriores, o Brasil deve crescer menos que os demais países emergentes. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o PIB brasileiro deve crescer 1,7% em 2024, enquanto os países emergentes de renda média devem crescer 4%, em média, em 2024.

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