Neste domingo pela manhã, dois dias depois do incêndio que deixou dez mortos e 15 feridos na unidade da Pousada Garoa da avenida Farrapos, em Porto Alegre, o cenário do incidente ainda era trágico, com as paredes do antigo empreendimento chamuscadas e pedaços de madeira e outros materiais por toda parte. Não havia pessoas trabalhando no local, e a aparência geral era de uma região desértica e desolada, com movimento de pedestres bem diferente do costumeiro na semana.
O cheiro forte dos itens inflamados seguia impregnando o ar. O cinza tomava conta do ambiente, exceto tapumes cor-de-rosa instalados na frente do edifício, na avenida Farrapos, a fim de evitar a entrada de curiosos e outras pessoas, além de um ramalhete de flores plásticas coloridas pendurado em uma entrada improvisada, possivelmente como uma forma de solidariedade às vítimas. Fora isto, não havia movimentações significativas.
Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) circulavam pela área, realizando eventuais bloqueios do trecho em questão da Farrapos, já que parte da maratona New Balance 42k Porto Alegre, realizada ontem pela manhã, passou em frente a pousada. Pessoas próximas, sob condição de não se identificarem, contaram que, diante do cenário caótico, houve necessidade de colocar escadas na parte traseira do edifício, por onde algumas pessoas conseguiram descer.
Estes objetos já não estavam mais no local, assim como o bloqueio total da via para veículos já não era mais existente. Havia, ainda, no edifício ao lado, também pertencente à Pousada Garoa, adesivos com a inscrição “Interditado”, indicando que tal medida havia sido expedida pelo Corpo de Bombeiros Militar do RS (CBMRS). Neste local, também era possível visualizar quase todas as janelas abertas, e alguns itens pendurados, mostrando que os moradores e inquilinos podem ter saído sem conseguir levar todos seus pertences, em razão do risco envolvido.