O mercado financeiro concentrou a atenção em dois dados de inflação nesta sexta-feira, 26: o índice de preços PCE referente a março, nos Estados Unidos, e o IPCA-15 de abril, no Brasil. Os dados aguardados pelo mercado têm grande influência sobre os próximos passos das autoridades monetárias nos dois países.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, fechou em 0,21% em abril, após a alta de 0,36% em março. Para Cleide Rodrigues, analista chefe da Money Wise Research, é um número positivo, pois mostra que a inflação no Brasil está desacelerando. Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos avançou 0,3% em março ante fevereiro, ficando em 2,7%, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio americano.
“A expectativa do mercado para o PCE era 2,8%, ficou em 2,6% e está sendo positivo. Com o PCE trimestral divulgado ontem, que foi muito acima das expectativas e se hoje tivesse saído um PCE de março acima do esperado, o mercado iria reagir muito negativamente. Mas como veio em linha, na minha visão, deve reagir positivamente”, comenta a analista chefe da Money Wise Research.
Cleide Rodrigues explica que com os dados divulgados nesta semana, como o PIB e PCE dos Estados Unidos, o mercado começou a falar em um possível estagflação, ou seja, uma alta acelerada de preços em meio a uma queda da atividade econômica. “É um cenário ruim, mas como o PCE veio em linha com o esperado, o mercado já começa a respirar um pouco mais aliviado, pois o cenário de estagflação parece ficar um pouco mais distante”, explica a analista chefe.