Boletim de Conjuntura do RS projeta de alta na atividade econômica para o ano

Estado deve ser beneficiado ainda pelos efeitos do avanço nas safras de soja e milho

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Os primeiros dados econômicos de 2024 mostram que, além da recuperação da produção agrícola, o Rio Grande do Sul está sendo beneficiado pelos desempenhos positivos das atividades de indústria, comércio e serviços. A indústria de transformação, principal segmento industrial do Estado, teve crescimento de 6,2% no primeiro bimestre do ano em relação ao mesmo período de 2023. Já o comércio varejista registrou expansão de 6,1% em seus números, enquanto o setor de serviços, o mais relevante na formação do Produto Interno Bruto (PIB), teve aumento de 3,4% em igual intervalo de tempo.

A avaliação está no Boletim de Conjuntura de abril, documento produzido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Divulgado nesta terça-feira, 23, o boletim mostra, ainda, uma leve elevação na intenção de consumo das famílias e o aumento da confiança dos empresários da indústria gaúcha como sinalizações para um ano de números positivos.

O pesquisador Martinho Lazzari, um dos responsáveis pela elaboração do material, juntamente com o pesquisador Tomás Amaral Torezani, destacou a confirmação nas projeções de avanço na produção da soja (+71,6%) e milho (+26,4%), duas das principais culturas agrícolas do Estado, ambas afetadas nos dois últimos anos pela falta de chuvas durante o período da safra. Ainda que os preços destas commodities agrícolas estejam em patamares inferiores aos registrados entre 2022 e 2023, o efeito em cadeia da maior produção deve se estender aos demais setores da economia.

“A maior oferta da agropecuária beneficiará as atividades associadas ao setor primário, como os serviços e a indústria agroalimentar. O crescimento das produções da indústria de transformação, do comércio e dos serviços pode se beneficiar também do aumento projetado no investimento nacional e do mercado de trabalho aquecido”, disse Lazzari.

CENÁRIOS

Conforme o boletim, o crescimento da atividade econômica global se mostrou resiliente em 2023, embora com diferenças entre economias: expansões nos Estados Unidos e na China, desaceleração na Área do Euro e contração na Argentina. Outro aspecto importante em 2023 foi o processo desinflacionário global, ajudado pela redução dos preços das commodities. As perspectivas para 2024 são de continuidade do crescimento global abaixo da média anual pré-pandemia e de redução, em ritmo mais lento, da inflação.

No Brasil, assim como no Rio Grande do Sul, as atividades da indústria de transformação, do comércio e dos serviços também registraram resultados positivos no primeiro bimestre de 2024, com a inflação mantendo uma trajetória de queda. As principais projeções para a economia nacional no ano indicam um crescimento positivo, mas menor do que o registrado em 2023, quando o PIB do país registrou alta de 2,9%.