Emergência pediátrica do Hospital de Clínicas opera com superlotação

Número de pacientes é 400% acima da capacidade normal

Foto: Fabiano do Amaral/CP

A emergência pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) apresentou superlotação na tarde dessa quarta-feira. De acordo com a instituição, 35 crianças foram atendidas nas nove vagas disponíveis, quase 400% acima da capacidade do setor. No local todos os recursos materiais e humanos disponíveis foram utilizados no limite máximo, para atender a demanda.

Conforme Ana Paula Pereira Silva, médica pediatra da Unidade de Emergência e Terapia Intensiva Pediátrica do hospital, uma das causas da superlotação é a procura pela emergência da instituição para casos considerados de menor gravidade. “A gente tem recebido crianças com todos os tipos de patologias, desde as doenças respiratórias até casos de suspeita de dengue, além dos pacientes crônicos do hospital, que têm infecção e precisam ser internados. Então foi uma conjunção de fatores que levaram a esta superlotação”, disse.

Nestas ocasiões, ela recomenda que as pessoas procurem primeiramente atendimento em unidades básicas de saúde ou pronto-atendimentos disponíveis na Capital.

Ainda conforme a médica, o cenário previsto para o inverno é crítico, pois durante a estação o número de internações aumenta conforme a elevação das doenças respiratórias. “É muito triste sim, a gente não tem como prever o caos que irá se formar. Se continuar do jeito que está a gente não vai ter capacidade de atender essas crianças, porque a gente não tem mais lugar para colocar, não vai ter mais oxigênio para oferecer. É uma situação bem preocupante”, revelou.

O fechamento da emergência pediátrica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e do Hospital da Criança Santo Antônio, da Santa Casa de Misericórdia, foram citados também pela médica Ana Paula Pereira Silva como causas de lotação no HCPA e em outros locais.

Em Porto Alegre, somente o Hospital de Clínicas, o Hospital Conceição e o Hospital Presidente Vargas atendem com emergências de portas abertas, quando a população é atendida imediatamente de acordo com a capacidade.