Operação da Polícia Civil prende 22 por tráfico de drogas e agiotagem na Região Metropolitana

Mulher de detento administrava os negócios do grupo

Operação Paranhos contou com 250 policiais civis | Foto: Gabriela Milanezi / Record TV / Especial / CP

A Polícia Civil desarticulou, na manhã desta terça-feira, um grupo criminoso envolvido em tráfico de drogas, agiotagem e extorsão. Até o momento, 22 pessoas foram presas. A Operação Paranhos cumpre 102 ordens judiciais, sendo 28 de prisões preventivas, 44 mandados de busca e apreensão e 30 bloqueios de financeiros. Cerca de 250 policiais participaram da ação na Região Metropolitana de Porto Alegre. As diligências tiveram foco em Canoas, município que é base do grupo criminoso, mas também ocorreram em Viamão, Novo Hamburgo, São Sepé, Estância Velha, São Leopoldo e Portão.

Mandados também foram cumpridos na Penitenciária Estadual do Jacuí (Pej) e na Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa), onde estão os mandantes do grupo. As medidas tiveram apoio da Polícia Penal. A investigação apontou que a mulher de um homem que já está no sistema prisional, era a responsável por gerir os negócios do grupo.

A operação foi coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Canoas. De acordo com o delegado Marcos Guns, o grupo movimentou, entre março e julho de 2023, cerca de 3 milhões de reais, com aquisição e venda de mais de 100 quilos de cocaína e crack, a maioria comercializada no bairro Rio Branco, no município. Além da comercialização de drogas, os suspeitos apoiavam financeiramente agiotas atuantes na cidade.

“No sistema prisional atuam os gerentes da facção. Eles conversavam entre si e faziam intercâmbio do lucro obtido com extorsões e pontos de tráfico, localizados em Canoas e em cidades do Vale do Sinos, como São Leopoldo. A ficha criminal deles soma antecedentes por crimes violentos”, destacou Guns.

A ofensiva ocorreu após oito meses de investigação e foi desdobramento da Operação Extorsor, também coordenada pelo delegado Marco Guns, no ano passado. Ao longo de três fases, entre março e outubro de 2023, as ações identificaram um grupo de agiotas que extorquia devedores.

As vítimas, ainda segundo Guns, eram pessoas endividadas, principalmente após a pandemia, que recorriam a empréstimos. A maior parte delas não sabia que o dinheiro emprestado era de uma facção.