Após pedido de vista em julgamento de Moro, desembargador antecipa voto a favor do senador

Votação está em 3 a 1 contra a cassação do mandato de Sergio Moro

Foto: Pedro França / Agência Senado

O julgamento que pode levar à cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR) foi suspenso mais uma vez. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná retomou nesta segunda-feira, 8, o julgamento por suposto abuso de poder econômica nas últimas eleições. A desembargadora Cláudia Cristina Cristofani votou para rejeitar o pedido de cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR), seguindo o relator, Luciano Carrasco Falavinha.

O resultado estava em 2 a 1 a favor do senador quando um pedido de vistas do desembargador Julio Jacob trancou novamente a votação. Mesmo após o pedido de vista, o desembargador Guilherme Frederico Fernandes Denz antecipou seu voto contrário a cassação. Com isso, a votação está em 3 a 1 a favor do senador. O voto que diverge da maioria até aqui foi proferido pelo desembargador José Rodrigo Sade.

O tribunal julga duas ações nas quais o PT, o PL e o Ministério Público Eleitoral (MPE) acusam Moro de abuso de poder econômico pela suposta realização de gastos irregulares no período de pré-campanha, nas últimas eleições.

No final de 2021, Moro estava no Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República. De acordo com a acusação, houve “desvantagem ilícita” em favor dos demais concorrentes ao cargo de senador diante dos “altos investimentos financeiros” realizados antes de Moro deixar a sigla e se candidatar ao Senado pelo União.

Para o Ministério Público, foram gastos aproximadamente R$ 2 milhões, oriundos do Fundo Partidário, com o evento de filiação de Moro ao Podemos e com a contratação de produção de vídeos para promoção pessoal, além de consultorias eleitorais. O PL apontou supostos gastos irregulares de R$ 7 milhões. Para o PT, foram R$ 21 milhões.

Defesa

No primeiro dia do julgamento, a defesa de Moro defendeu a manutenção do mandato e negou irregularidades na pré-campanha. De acordo com o advogado Gustavo Guedes, Moro não se elegeu no Paraná pela suposta pré-campanha “mais robusta”, conforme acusam as legendas. Sobre os gastos, Guedes disse que as quantias foram” infladas” pela acusação.