A Sondagem Industrial do RS, divulgada nesta terça-feira, 2, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mostra um melhor cenário para o setor em fevereiro de 2024, com expansão nos índices da produção e do emprego – que não crescia desde setembro de 2022 –, e menor ociosidade. Os empresários gaúchos consultados no levantamento revelam mais otimismo para os próximos seis meses.
“Há uma expectativa de aumento da demanda, inclusive das exportações, e do emprego”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, alertando, porém, que apesar disso, a pesquisa não alterou a disposição a investir dos industriais gaúchos, que continuam pouco propensos a realizar investimentos nos próximos seis meses. A nota negativa do mês foi o excesso de estoques acumulado.
A produção industrial gaúcha cresceu na passagem de janeiro para fevereiro, mas foi apenas a quarta expansão nos últimos 12 meses. O índice de produção atingiu 52,5 pontos, revelando que o ritmo foi pouco acima da alta comum para o mês, cuja média histórica é de 51,5. Valores acima de 50 denotam aumento da produção em relação ao mês anterior.
GERAÇÃO DE EMPREGO
A principal notícia da Sondagem foi a geração de emprego depois de 17 meses. O índice do número de empregados atingiu 51 pontos em fevereiro, superando a marca de 50, que expressa aumento do emprego ante o mês anterior, pela primeira vez desde setembro de 2022. Desde 2011, início da série, essa foi a segunda sequência mais longa, de 16 meses, sem avanço do emprego na indústria gaúcha. A maior, de 40 meses, durou de abril de 2014 a julho de 2017.
Em fevereiro, a indústria gaúcha utilizou 70% da sua capacidade instalada (UCI), três pontos percentuais acima de janeiro, mas 0,6 ponto percentual abaixo da média do mês. O índice de UCI em relação ao usual do mês registrou 43,5 pontos, o patamar mais alto em 11 meses. Mostra que ainda está bem abaixo do nível usual, dado pelos 50 pontos, apesar de mais próximo.
A principal preocupação detectada pela Sondagem Industrial é com relação aos estoques de produtos finais, que voltaram a aumentar em fevereiro depois de dois meses consecutivos de queda, e atingiram patamares superiores aos desejados pelas empresas. O índice de evolução foi de 52,1 pontos, e de estoques em relação ao planejado atingiu 51,6. Acima de 50, o primeiro denota elevação ante o mês anterior e o segundo indica estoques acima do esperado pelas empresas.
EXPECTATIVAS
Para os próximos seis meses, todos os índices de expectativas cresceram em relação a fevereiro na pesquisa realizada com 172 empresas, sendo 38 pequenas, 57 médias e 77 grandes, no período entre 1° e 11 de março. O resultado denota otimismo maior e mais disseminado entre os empresários, que esperam aumento da demanda (índice passou de 54,6, em fevereiro, para 56 pontos, em março), do emprego (de 52,4 para 52,8), das compras de matérias-primas (de 53,9 para 54,9) e das exportações (de 51,1 para 53,5 pontos).
Mesmo com o maior otimismo revelado pela Sondagem, os empresários não se mostram mais dispostos a realizar investimentos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investir permanece estável em 54,2 pontos, o que revela pretensão de grau moderado, mas acima da média histórica de 51,3. Em março, 58,2% das empresas afirmam ter a intenção de investir nos seis meses seguintes.