Saldo de crédito no sistema financeiro chega a R$ 16,3 trilhões em fevereiro, diz BC

Alta de 1,2% no mês ocorre pela elevação do saldo dos títulos de dívida pública

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Em fevereiro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$16,3 trilhões (148,7% do PIB), aumentando 1,2% no mês, devido principalmente à elevação do saldo dos títulos de dívida pública (2,5%). Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 9,5%, prevalecendo as elevações da carteira de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) (7,8%), dos títulos de dívida públicos (12,4%), dos títulos de dívida privados (13,4%) e dos títulos de dívida securitizados (26,9%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 2, pelo Banco Central.

O crédito ampliado a empresas atingiu R$ 5,6 trilhões (50,8% do PIB), aumentando 0,5% no mês, com elevação nos títulos de dívida (1,2%). Em relação a fevereiro de 2023, a expansão de 6,0% do crédito ampliado a empresas refletiu principalmente o aumento de 19,9% em títulos de dívida.

O crédito ampliado às famílias atingiu R$ 3,8 trilhões (35,0% do PIB) em fevereiro, com variações positivas de 0,6% no mês e de 10,1% em doze meses, em função do incremento nos empréstimos do SFN. O estoque de crédito avançou 0,2% em fevereiro ao totalizar R$ 5,8 trilhões. Esse desempenho resultou da diminuição de 0,2% no estoque de crédito às empresas, que totalizou R$ 2,2 trilhões, em contrapartida ao aumento de 0,5% no destinado às famílias, R$ 3,6 trilhões.

INCREMENTO DE CRÉDITO

Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, o crédito do SFN em fevereiro acelerou, com incremento de 8,0% ante 7,7% ocorrido em janeiro. Observados os mesmos períodos de comparação, os estoques de crédito para pessoas jurídicas e para pessoas físicas registraram aceleração, com incrementos de 4,2% ante 3,7% e de 10,4% ante 10,3%, na mesma ordem.

O estoque de crédito com recursos livres cresceu 0,1% no mês e 5,3% em 12 meses, alcançando R$3,4 trilhões. No segmento de crédito livre às empresas, o estoque somou R$1,4 trilhão, com redução de 0,3% no mês e incremento de 1,2% em doze meses. Basicamente, contribuiram para esse desempenho a redução das modalidades de capital de giro com prazo inferior a 365 dias (-11,0%), desconto de duplicatas e outros recebíveis (-0,9%) e antecipação de faturas de cartão de crédito (-1,4%).

De forma diversa, o estoque de crédito livre às famílias avançou 0,3% no mês e 8,5% em relação a fevereiro de 2023, impulsionado, principalmente, pelas altas das carteiras de crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,0%), crédito pessoal não consignado (1,6%), financiamento para a aquisição de veículos (1,2%) e crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (0,6%). Ressalte-se, entretanto, a diminuição da carteira de cartão de crédito à vista, -2,7%, cujo resultado mostrou-se determinante para o avanço menos expressivo da carteira de crédito livre à pessoas físicas no mês. A carteira de crédito não rotativo expandiu 1,1% no mês e 9,5% em 12 meses, enquanto as modalidades rotativas declinaram 2,0% no mês, mas cresceram 5,7% em 12 meses.

O estoque do crédito direcionado em fevereiro aumentou 0,5% no mês e 11,8% em 12 meses, alcançando R$ 2,4 trilhões. Por segmento, o crédito direcionado para pessoas jurídicas reduziu 0,1% no mês e aumentou 9,9% comparativamente ao mesmo mês de 2023 ao somar R$ 810,5 bilhões, enquanto o crédito direcionado as famílias cresceu 0,8% e 12,8%, na mesma ordem, totalizando R$1,6 trilhão.