ICF-RS tem alta de 2% em março, aponta Fecomércio-RS

Cenário, conforme o indicador, é ainda de muita cautela na hora de ir às compras

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Foto: Tânia Rêgo / Arquivo / Agência Brasil

O indicador de Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) foi de 64,1 pontos na edição de março. É o que revela a pesquisa é realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) e foi divulgada pela Fecomércio-RS. Os dados da edição de março foram coletados nos últimos dez dias de fevereiro no município de Porto Alegre.

O resultado representou um aumento de 2,0% no indicador, a quarta alta seguida, mas insuficiente para interromper a redução apurada na média de 12 meses (69,4 pontos) – já são nove meses de queda. Todos os subindicadores têm assumido padrão muito semelhante nas médias em 12 meses. Quando comparado com o mesmo período de 2023, o valor foi 23,9% inferior.

No eixo do mercado de trabalho, o Emprego Atual registrou 90,9 pontos e a Renda Atual, 86,9 pontos. Estes são os subindicadores mais elevados dentre as componentes do ICF. Na margem, ambos apresentaram aumento de 1,7% e 3,1%, respectivamente. Já na comparação interanual, estes dois componentes têm baixas, respectivamente, de 8,2% e 10,2%. Os dados desagregados revelaram melhora na segurança em relação ao trabalho e que menos pessoas avaliaram como pior a situação da renda em relação ao mesmo período do ano anterior. Estes resultados refletem, em parte, a resiliência do mercado de trabalho e a desinflação em curso.

CONSUMO ATUAL

O Consumo Atual (59,0 pontos) teve aumento de 5,8% na margem e recuo de 38,7% na comparação interanual. Os subindicadores de Momento para o Consumo de Duráveis (26,6 pontos) e Acesso a Crédito (82,3 pontos) tiveram recuo no mês (-0,9% e -0,4% respectivamente). Estes subindicadores têm maior relação com a dinâmica de acesso a crédito e aos juros da economia.

Já no que diz respeito às perspectivas, o indicador de Perspectiva Profissional alcançou o menor valor da série (24,3 pontos). A queda na margem de 11,6% e de 57,2% no interanual, todavia, precisam ser analisadas com cautela. A pergunta na entrevista se relaciona ao fato do indivíduo avaliar a possibilidade de melhora profissional nos próximos meses ou não. Dessa forma, não melhorar não significa necessariamente piorar. Já a Perspectiva de Consumo (78,9 pontos) cresceu na margem (6,7%), mas apresentou redução de 11,1% pontos na comparação interanual.

Os dados de março ajudam a consolidar uma melhora na intenção de consumo das famílias. Contudo, destaca-se que esta melhora ocorre em um nível ainda bastante baixo e incapaz de reverter a queda no acumulado em 12 meses. “O consumidor continua muito cauteloso, o que torna o ato de vender ainda bastante desafiador ” comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.