As atenções do mercado financeiro hoje ficam pulverizadas nos dados que serão disponibilizados em indicadores e comunicados das autoridades. O primeiro foco de atenção é a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central que, ao anunciar mais um corte de 0,5 ponto percentual nos juros na semana passada, reduzindo a Selic para 10,75% ao ano, cravou apenas mais um corte da mesma magnitude.
Anteriormente, o BC afirmava que novos cortes iguais estavam previstos. Agora, resta saber se a queda da Selic terá continuidade nos próximos encontros do Copom – um novo encontro acontece nos dias 7 e 8 de maio – até mesmo em menor percentual, ou se o processo será descontinuado. E estas pistas devem/podem estar no documento divulgado nesta terça-feira, 26.
Por enquanto, o que se sabe é que o Banco Central reconheceu o avanço do processo de desaceleração, mas mostrou cautela com a alta de preços. O que poderá ou não ser percebido com a divulgação do Relatório Focus também hoje, com as projeções de mais de 100 representantes de instituições do sistema financeiro. Aliás, há algumas semanas os dados não saem nas segunda-feira, dia tradicionalmente usado pela BC, por conta do movimento padrão dos servidores da autoridade monetária.
REDUÇÃO
Por falar na alta de preços, os investidores conhecerão Índice de Preços ao Consumidor Amplo de meio de mês (IPCA-15) de março, conhecido como “prévia da inflação” e pode ajudar a trazer pistas sobre o futuro dos juros. Os últimos dados de inflação divulgados no Brasil surpreenderam ao virem acima do esperado. Mas o mercado ainda não mostrou preocupação quanto a eles.
Depois de um salto de quase 0,78% em fevereiro, vindo de uma alta de 0,31% em janeiro, o IPCA-15, prévia da inflação brasileira, deverá variar próximo dos 0,30% em março, conforme analistas de mercado. Para a inflação cheia de março, representada pelo IPCA, o mercado espera desaceleração de 0,83% em fevereiro para 0,22% em março. O grupo “Alimentação e bebidas”, que subiu 0,97% na prévia de fevereiro, deve desacelerar para 0,69% na prévia de março. A alimentação no domicílio, especificamente, deve sair de 1,16% na prévia de fevereiro para 0,80% na prévia de março e fecharia o mês de março com alta ainda menor, de 0,30%.
