A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende um acelerado ritmo de queda da taxa básica de juros, a Selic, para no mínimo 0,75 ponto porcentual. A posição da entidade é uma expectativa para o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que termina nesta quarta-feira, 20, sobre a taxa de juros, atualmente em 11,25% ao ano. O comunicado será conhecido depois do fechamento do mercado financeiro.
Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, ampliar o tamanho da redução da Selic é viável com o atual cenário de inflação sob controle e é essencial para reduzir os custos de financiamento para empresas, além de incentivar novos investimentos. Para a CNI, o resultado da inflação de fevereiro teve motivações pontuais, especificamente pelo setor de educação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado teve elevação de 0,83%, o mais alto desempenho desde fevereiro de 2023.
“Depois de o governo federal e a sociedade brasileira empreenderem esforços para acelerar o crescimento econômico com o retorno da política industrial, com base no programa Nova Indústria Brasil, o Banco Central precisa juntar esforços dando sua contribuição. A situação da inflação no Brasil já permite, há algum tempo, a redução mais relevante dos juros reais”, defende Alban.
Para o dirigente, adiar a aceleração no ritmo de queda da Selic certamente penalizaria ainda mais a atividade econômica no Brasil. “As taxas de juros elevadas provocam danos à economia brasileira, principalmente para o setor industrial, que possui cadeias longas, gerando grande cumulatividade de juros na composição do preço final do produto”, comenta.